O meio de semana em Brasília foi quente, e não foi só por causa do clima. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), comprou uma briga direta com os bolsonaristas ao afirmar que “não existe exilado político no Brasil, não existe preso político no Brasil”. A declaração caiu como uma bomba no colo da oposição, que reagiu com fúria, acusando Motta de trair promessas feitas no início do ano.

O estopim do conflito veio quando os bolsonaristas relembraram que, em janeiro, logo após assumir a presidência da Câmara, Hugo Motta esteve na Paraíba – sua terra natal – e lá falou sobre a possibilidade de anistia para presos do 8 de janeiro. Além disso, na ocasião, ele também garantiu que não haveria impeachment de Lula, declaração que já havia causado ruído na base bolsonarista.

Agora, a oposição vê a nova fala como uma guinada definitiva de Mota para longe do bolsonarismo. A gritaria foi geral, e o embate se tornou um dos temas mais comentados nos corredores do Congresso. Se antes havia alguma dúvida sobre de que lado ele está, parece que essa questão já foi respondida.

O que fica no ar é: Hugo Motta está consolidando sua posição como um aliado pragmático do governo ou apenas tentando se descolar de uma ala cada vez mais radical da direita? Brasília continua fervendo, e essa história ainda promete novos capítulos.