O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), colocou um freio na estratégia da oposição de manter Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no jogo político mesmo à distância. Em decisão publicada no Diário Oficial desta terça-feira (23), Motta rejeitou a indicação do deputado para a liderança da minoria, alegando “incompatibilidade” pelo fato de ele estar fora do território nacional.
Eduardo vive nos Estados Unidos desde fevereiro. Em março, pediu licença do mandato, mas o prazo de afastamento permitido terminou em julho. Desde então, acumula faltas e tenta encontrar saídas para não perder o cargo — entre elas, a manobra de ser nomeado líder da minoria, posição que lhe garantiria prerrogativas parlamentares sem precisar pisar no plenário.
A oposição oficializou a indicação na semana passada, numa tentativa de blindá-lo da ameaça de cassação por ausência. Pela Constituição, deputados que não comparecem a pelo menos um terço das sessões ordinárias em cada legislatura, sem licença ou missão autorizada, estão sujeitos à perda do mandato.
A decisão de Hugo Motta frustra não apenas Eduardo, mas também setores da direita que enxergavam na liderança da minoria uma forma de prolongar sua permanência em Brasília — ainda que de Washington.