O sindicalista José de Araújo Pereira recusou, em audiência preliminar realizada ontem, a proposta apresentada pela defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para encerrar a queixa-crime movida pela Advocacia da Câmara na Justiça Federal da Paraíba por suposta difamação. A informação é do colunista Carlos Madeiro, do UOL.
A ação foi motivada por dez outdoors espalhados em Campina Grande, em outubro, pelo Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba, coordenado por Pereira. As peças exibiam uma foto de Motta com a frase: “Eles votaram ‘sim’ para proteger políticos que cometem crimes”, em referência à PEC da blindagem — aprovada pela Câmara e rejeitada pelo Senado.
No encontro virtual, Motta foi representado por Jules Michelet Pereira Queiroz e Silva, advogado-chefe da Câmara. A defesa sugeriu como acordo que o sindicato publicasse novos outdoors, desta vez com pedido de desculpas ao deputado. Pereira rejeitou a proposta e reafirmou que não foi responsável pela contratação dos anúncios, já que, segundo ele, a instalação foi feita pela entidade sindical, e não por ele como pessoa física.
Sem conciliação, as defesas terão dez dias para apresentar novos argumentos ao juiz da 4ª Vara da Justiça Federal da Paraíba, Vinícius Costa Vidor. Caberá ao magistrado decidir se recebe ou não a queixa.
Se a denúncia for aceita, Pereira será formalmente transformado em réu e uma nova audiência de instrução será marcada, desta vez com a presença obrigatória de Hugo Motta. Caso o juiz rejeite a queixa, o processo será arquivado.