Redação ON
A jornalista Débora Bergamasco, em recente comentário ao vivo na CNN Brasil, revelou o que está acontecendo nos bastidores da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados.
Como se sabe o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) conta com adesão de quinze partidos em torno da sua candidatura, o que corresponde a 75% de toda composição da casa.
Pois o deputado paraibano, segundo a CNN, sofre enorme pressão de parlamentares do Centrão para evitar que o STF interfira nas decisões da Câmara, como aconteceu recentemente com o ministro Flávio Dino, que determinou a suspensão do pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares que estavam previstas para serem pagas até o fim do ano.
“Sobre essa decisão do ministro do Supremo Flávio Dino, está repercutindo e muito no Congresso Nacional entre parlamentares, embora estejam de recesso, porque informalmente, estão procurando o deputado Hugo Motta, o favorito para vencer a disputa pela presidência da Câmara no ano que vem, ou seja, o provável novo presidente da Câmara. Os deputados estão procurando Hugo Mota e falando da necessidade de que ele, se de fato assumir a presidência da Câmara, paute projetos, PECs, enfim, que blindem o Parlamento da interferência de outros poderes, especialmente do Judiciário. Em outras palavras, os deputados querem uma resposta ao STF. Além de projetos de contenção dessa atuação do Judiciários, parlamentares querem levantar, de alguma maneira, um jeito, uma forma pra tentar limitar a ‘judicialização’. E aí eles citam como exemplo a atuação do PSOL, por exemplo, porque a decisão do ministro Flávio Dino não foi uma decisão de ofício, foi o PSOL que provocou o Supremo Tribunal Federal e provocou o Judiciário… A avaliação de muitos parlamentares, inclusive com os quais eu conversei, a maioria do Centrão, dizem o seguinte, ‘olha, tem parlamentar que perde no plenário sua votação perde, seu posicionamento, e aí eles vão tentar o tapetão, ou seja, procurar o Supremo Tribunal Federal… E aí um decide contra a decisão de vários outros. E o que Hugo Mota pensa sobre isso? Está mais ouvindo do que falando publicamente em silêncio, não quer confusão pública, mas é bandeira pública dele defender o Parlamento… Ele fala o seguinte: o Parlamento não negociará as prerrogativas do parlamento… isso não será negociado com o TF . Ou seja, ele quer vai trabalhar, e até promessa de campanha, pelo empoderamento ainda maior do parlamento, especialmente em relação a interferências de outros poderes. Ele já citou essa coisa de não negociar a prerrogativa do Congresso, já citou especificamente o STF, então também aí ele está sendo pressionado, está em campanha, e tem ouvido dos colegas o que ele deveria fazer caso vença no ano que vem”, concluiu a comentarista Débora Bergamasco, da CNN.
