sábado, 13 de dezembro de 2025
Hugo Motta mira o Planalto: de estrela em ascensão no Congresso a pré-candidato silencioso ao poder
12/05/2025 05:24
Redação ON Reprodução

A recente reportagem do portal UOL sobre Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, joga luz sobre uma ambição ainda maior do parlamentar paraibano: a Presidência da República. A matéria, que ouviu assessores e mergulhou na engrenagem midiática e estratégica que impulsiona a imagem do deputado, apresenta Motta como um político metódico, que transformou as redes sociais em sua principal vitrine pública — e na plataforma que pode, aos poucos, acostumar o Brasil a ouvi-lo ser chamado de “presidente”.

Na última semana, analistas políticos da Paraíba voltaram a discutir uma possível candidatura de Hugo Motta ao governo estadual. Embora o nome do deputado já circule nos bastidores como um potencial sucessor de João Azevêdo, a leitura predominante entre observadores locais é que ele prefere se manter em silêncio diante do tema. E não por acaso: como presidente da Câmara, cargo de projeção nacional e enorme responsabilidade institucional, Motta sabe que qualquer sinal de ambição regional pode ser usado contra ele — especialmente por adversários que o pressionam sobre temas espinhosos, como a pauta da anistia.

Mas se a política paraibana olha para 2026 com olhos no Palácio da Redenção, a imprensa nacional já especula um destino ainda mais alto: o Palácio do Planalto. De forma cuidadosa, silenciosa e profissionalizada, Hugo Motta vem construindo sua imagem pública com foco no futuro — e o UOL foi a fundo para mostrar como esse processo é cuidadosamente calculado.

Redes como “segunda pele”

A reportagem mostra como a equipe de comunicação de Motta trata as redes sociais como seu “maior produto”. Em um cenário onde a popularidade digital é termômetro de viabilidade eleitoral, não é à toa que os perfis do deputado sejam mais valorizados que aparições em jornais, rádios e até na TV. Como disse um assessor ao portal, as redes sociais são “a segunda pele” de Hugo Motta.

Nada vai ao ar sem aprovação direta do parlamentar. Não há espaço para improvisos: cada post segue uma pauta planejada, com mensagens alinhadas ao que ele deseja transmitir ao público. O conteúdo passa por editores, marqueteiros e uma equipe de dez pessoas, todos escolhidos por afinidade com o discurso político.

Imagem de centro em um Brasil polarizado

Com Lula caminhando para o fim de sua trajetória política e Bolsonaro inelegível até 2030, aliados de Motta acreditam que o cenário eleitoral poderá se abrir para um nome de centro — e é nesse vácuo que ele pretende se posicionar. Os vídeos que o mostram entrando em eventos ao som de “presidente!” não são acidentais. São mensagens sutis, mas intencionais.

Motta se apresenta como alguém moderado, atento aos valores conservadores de parte do eleitorado, mas com o discurso de equilíbrio e responsabilidade institucional. Durante sua posse na presidência da Câmara, fez questão de exibir a Constituição Federal ao estilo de Ulysses Guimarães — um gesto simbólico que remete à herança política do avô constituinte, também do MDB.

Vida pessoal como mensagem política

Outro elemento destacado pelo UOL é a forma como o cotidiano familiar também é usado para transmitir valores políticos. Um vídeo em que Motta conversa com o filho sobre a adoção de um cachorro, por exemplo, vira oportunidade para apresentar o parlamentar como um pai sensato, dialogando com o filho sobre responsabilidade — e, por tabela, mostrando ao público que ele também está pronto para “cuidar das coisas públicas”.

Além disso, o deputado tem apostado em conteúdos educativos e institucionais. Um exemplo é o quadro “Hoogle”, inspirado visualmente no Google, que explica temas legislativos de forma didática, aproximando o cidadão comum do funcionamento do Congresso.

Paraíba observa. Brasília se move

Enquanto a imprensa nacional projeta Hugo Motta para além das fronteiras paraibanas, setores da política local mantêm o foco no cenário estadual. A avaliação feita nos bastidores é que qualquer movimento rumo ao governo da Paraíba exigiria de Motta a quebra de um silêncio estratégico, o que poderia abrir flancos justamente no momento em que ele mais precisa se manter blindado.

Por ora, o deputado segue construindo sua imagem como alguém com “DNA de governante”, como define um de seus aliados. E se o futuro será o Palácio da Redenção ou o Planalto, é uma resposta que ainda está sendo cuidadosamente roteirizada — com filtros, legendas, e muitos likes.

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