sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Hugo Motta entra na roda do governo e assume papel-chave na rearticulação da base aliada de Lula
25/10/2025 05:48
Redação ON Reprodução

O Palácio do Planalto deu início a uma ampla varredura política para recompor sua base de apoio no Congresso Nacional. A missão está sob o comando direto da ministra Gleisi Hoffmann, que recebeu de Lula carta branca para negociar adesões, acalmar rebeldes e abrir espaço para novos aliados.

Entre os principais articuladores dessa operação aparece um nome até pouco tempo improvável: o deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados. Antes visto como um parlamentar distante — e, em certos momentos, até crítico — do governo petista, Motta hoje atua como uma espécie de ponte entre o Planalto e o chamado “centrão reformulado”, grupo que reúne siglas de centro-direita dispostas a cooperar com Lula em troca de estabilidade política e cargos estratégicos.

Gleisi e Motta, segundo fontes do Palácio do Planalto, devem se reunir com o União Brasil e o Republicanos até o final desta semana e com o PSD na próxima. A ideia é repetir o modelo do encontro com o PP e ter a presença do líder da sigla na Câmara e de ministros da legenda.

Essa guinada política revela uma mudança significativa na trajetória de Hugo Motta. Já esteve contra o governo, já oscilou entre o apoio e a neutralidade, mas agora parece decidido a entrar de vez na roda do poder.

Como o portal O Norte Online já revelou, a movimentação tem motivações eleitorais bem definidas. Motta busca garantir o apoio de Lula e do PT à candidatura de seu pai, o prefeito de Patos, Nabor Wanderley, que pretende disputar o Senado em 2026 na chapa do governador João Azevêdo. O desenho atual dessa aliança prevê Lucas Ribeiro como candidato ao governo, João Azevêdo como senador e Nabor como o segundo nome da coligação governista ao Senado — uma costura que depende, em boa parte, da boa vontade do Planalto.

Ao aproximar-se do governo federal, Hugo Motta reforça sua influência nacional e se posiciona como figura-chave na transição entre o velho centrão e uma base pragmática de sustentação a Lula. Em troca, leva a Paraíba para o centro das articulações políticas de Brasília — um movimento que pode redefinir o xadrez eleitoral de 2026 tanto em nível estadual quanto federal.

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