sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Hugo Motta acende o estopim: Câmara deve viver dia tenso com votação da PL Antifacção
11/11/2025 06:37
Redação ON Reprodução

A decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de colocar em votação ainda nesta terça-feira (11) o polêmico Projeto de Lei Antifacção deve transformar o plenário num campo de batalha entre governo e oposição. O movimento de Motta, que até dias atrás dava sinais de aproximação com o Planalto, foi interpretado como uma guinada calculada — e um aceno direto à ala conservadora que pressiona por uma política de segurança mais dura.

A escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator — que retornou à Câmara após deixar a Secretaria de Segurança de São Paulo — já havia sido articulada nos bastidores com o aval do próprio Motta. Agora, ao marcar a votação de forma repentina, o paraibano assume o centro do tabuleiro e empurra o governo para uma disputa aberta.

O texto original, enviado pelo Executivo, perdeu completamente o controle político. Derrite chegou a incluir em seu relatório um trecho que restringia a atuação da Polícia Federal no combate às facções, permitindo sua participação apenas mediante solicitação dos governadores. A proposta foi rechaçada pela própria PF, que emitiu nota alertando que a mudança “compromete o interesse público” e enfraquece o combate nacional ao crime organizado.

Mesmo após o recuo do relator, o dano político está feito. A manobra de Hugo Motta expôs as divisões internas e deve fazer desta terça-feira um dos dias mais tensos do ano na Câmara dos Deputados.

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