quinta-feira, 13 de março de 2025
Gayer x Lindbergh: O debate político atinge nível abaixo de zero
13/03/2025 1:48 pm
Redação ON Reprodução/Montagem

O debate político no Brasil tem atingido níveis alarmantes de degradação, com discursos que priorizam ataques pessoais e ofensas em detrimento da discussão de ideias e propostas. O episódio mais recente desse embate foi protagonizado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), que disparou uma série de acusações contra o presidente Lula e a agora ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) Gleisi Hoffmann, desencadeando uma resposta indignada do também deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), marido de Gleise.

O ataque de Gayer

O ataque de Gayer ocorreu quando questionou se Lindbergh ficaria calado sobre um comentário feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI). O cargo é responsável pela articulação política do governo federal. Lula disse que estava nomeando “uma mulher bonita”.

Nas redes sociais, Gayer disse que Lula ofereceu Gleisi “como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues”.

“Vai mesmo aceitar o seu chefe oferecer sua esposa para o Hugo Motta e Alcolumbre como um cafetão oferece uma GP?? Sua esposa sendo humilhada pelo seu chefe e você vai ficar calado??”, disparou o bolsonarista.

Resposta de Lindbergh

Diante das declarações de Gayer, o deputado Lindbergh Farias reagiu com indignação. Em um pronunciamento duro, o petista não poupou palavras para rebater as ofensas, chamando Gayer de “canalha, vagabundo e assassino”. A resposta elevou ainda mais o tom do embate, evidenciando um cenário em que o diálogo político se transformou em uma troca de insultos e acusações graves, sem espaço para o contraditório ou a argumentação racional.

Quando o debate deixa de ser debate

O episódio entre Gayer e Lindbergh é apenas mais um reflexo da deterioração do discurso político no Brasil. A troca de ideias, essencial para qualquer democracia, tem sido substituída por ataques virulentos, estratégias de desmoralização e um ambiente onde o ódio parece ser mais eficaz para engajar eleitores do que propostas concretas.

Esse cenário não apenas enfraquece a política institucional, como também contribui para a radicalização dos eleitores, que reproduzem o mesmo tipo de discurso agressivo nas redes sociais e na vida cotidiana. O resultado é um país cada vez mais dividido, onde a política se afasta do seu propósito original – a construção coletiva do futuro – e se transforma em um espetáculo de ofensas e ressentimento.

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