Pouca gente acreditava. Na imprensa italiana, sobravam piadas sobre a idade de Fábio e Thiago Silva. Entre rivais brasileiros, não faltava torcida contra. Mas foi exatamente o improvável que se tornou inesquecível: o Fluminense atropelou a poderosa Internazionale de Milão, vice-campeã da Champions, e garantiu vaga nas quartas de final do Mundial de Clubes.
O que se viu em campo foi o oposto do que aconteceu com o Flamengo, eliminado pelo Bayern de Munique após uma atuação marcada pelo medo e pelos erros. O Fluminense foi gigante. Impecável. Valente. Letal. Nada de olhos arregalados ou falhas na saída de bola. O Tricolor jogou como um time maduro e consciente, ignorando as provocações que vinham da Europa — e também da arquibancada rival.
Fábio, aos 44 anos, respondeu com defesas seguras. Thiago Silva, maestro da zaga, liderou como nos velhos tempos. E ao seu lado brilhou um nome que o Brasil vai aprender a conhecer: Ignacio, potiguar de Currais Novos, 28 anos, atuação monumental. Uma zaga brasileira que deixou a Inter no bolso — e talvez tenha dado o que pensar a Carlo Ancelotti, que estava na arquibancada.
Com a vitória do Fluminense (e a outra vitória do Botafogo sobre o PSG, campeão da Champions), o futebol brasileiro coleciona duas vitórias históricas contra os dois principais times da Europa na atualidade. O recado foi dado com autoridade: ainda sabemos jogar bola por aqui.
A imprensa italiana, que zombou do Fluminense nas edições da manhã, vai engolir em silêncio a manchete da noite. E as torcidas rivais que passaram o dia secando o Tricolor agora terão que admitir: o Fluminense está vivo, está forte — e está nas quartas.