O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elevou o tom contra o relator do projeto da anistia, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Nesta sexta-feira (19/9), Eduardo afirmou que não aceitará a alternativa de redução de penas em vez da anistia ampla, geral e irrestrita, como desejam aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele advertiu o relator: “Muito cuidado para você não acabar sendo visto como um colaborador do regime de exceção”.
Paulinho já havia sinalizado que seu parecer não atenderia ao pleito dos bolsonaristas e que buscava construir um texto em sintonia com o Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo reagiu duramente, classificando essa articulação como um “acordo indecoroso e infame”. Em referência à Lei Magnitsky, que prevê punições a colaboradores de sancionados por violações de direitos humanos, o deputado advertiu: “Todo colaborador de um sancionado é passível das mesmas sanções”.
As críticas de Eduardo também se estenderam a Michel Temer (MDB) e Aécio Neves (PSDB-MG), com quem Paulinho se reuniu para discutir o projeto. O parlamentar disse não confiar em nenhum deles e acusou o grupo de tentar impor “na marra” o que chamou de falsa pacificação. “Isso nada mais é do que a manutenção de todos os crimes praticados por Alexandre de Moraes. Chegamos nesse ponto porque vocês nos subestimaram”, disparou Eduardo Bolsonaro.