Edson Fachin assume nesta segunda-feira (29) a presidência do Supremo Tribunal Federal com a missão de reduzir tensões políticas em torno da Corte. Defensor da “autocontenção do Judiciário”, o ministro tem reiterado que cabe à política lidar com disputas ideológicas, enquanto ao direito compete proteger a legalidade e a democracia.

Avesso a holofotes, Fachin recusou festas de posse e reforça um estilo sóbrio, próximo ao de Rosa Weber. Pretende ampliar a colegialidade entre os 11 ministros e dar mais previsibilidade à pauta de julgamentos, retomando a divulgação semestral de processos.

Em decisões recentes, já demonstrou abertura ao diálogo, como no voto alinhado a André Mendonça e Kassio Nunes Marques em defesa da liberdade de expressão no Marco Civil da Internet. É visto como um “juiz puro sangue”, mais ligado à doutrina jurídica que à política.

Na transição, Luís Roberto Barroso encerra seu mandato com balanço da Lava Jato e críticas a uma anistia ampla a investigados. Ele também admite a possibilidade de antecipar sua aposentadoria, prevista oficialmente para 2028, o que alimenta especulações sobre novas mudanças na composição do Supremo.