Embora a Paraíba seja o estado com maior percentual de mulheres, de acordo com o censo 2022 do IBGE, esses números não se traduzem em oportunidades de trabalho. Na categoria bancária, por exemplo, as mulheres correspondem a apenas 39,4% dos cargos ocupados no estado, de acordo com informações divulgadas pelo Sindicato dos Bancários da Paraíba nesta sexta-feira (7), com base em dados do Dieese.
De acordo com a pesquisa do Dieese, a remuneração média das mulheres bancárias no país é 19% inferior à remuneração média dos homens bancários (em dados monetários, as mulheres recebem em média R$ 10.478 enquanto os homens, R$ 12.958).
Ao analisar o recorte racial, verifica-se que a remuneração média das mulheres negras (pretas e pardas) é 34,5% inferior à remuneração média do bancário branco do sexo masculino.
Quando o assunto são os cargos de liderança na categoria bancária, a discrepância também é grande: a remuneração média das mulheres nos cargos de liderança é 25% inferior à remuneração dos homens (R$ 17.618 contra R$ 13.245). As mulheres ocupam apenas 46,5% dos cargos de liderança. Considerando corte racial, mulheres negras representam 10,3% desses cargos.
“São números que são alarmantes e mostram como o mercado bancário é misógino e que a gente precisa constantemente fortalecer a luta para que as mulheres tenham acesso a esse trabalho e, tendo acesso a ele, também tenham acesso aos cargos de gestão, porque os números atuais, infelizmente, não dão muito o que comemorarmos na Paraíba”, destacou a diretora da secretaria de mulheres do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Danielle de Freitas.
Outro dado alarmante diz respeito à eliminação de postos de trabalho dos bancários, que, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego e análise do Dieese, tem se dado predominantemente por conta dos maiores saldos negativos entre as mulheres. Em 2024, foram cortados 4.512 cargos de mulheres e 1.686 cargos de homens.
No país – De acordo com a pesquisa, no país, entre os bancários as mulheres correspondem a 47,5% dos cargos, um total de 427 mil profissionais, considerando os dados de 2023. O número, que já não corresponde à proporção entre homens e mulheres na população brasileira, vem caindo nos últimos anos: em 2014, eram 512,2 mil mulheres; em 2018, 453,3 mil; por fim, em 2022, eram 433,3 mil, caindo para as 427 mil observadas em 2023.