Enquanto o presidente Lula evita confrontos públicos com aliados infiéis, o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PT) decidiu escancarar a cobrança. Em entrevista concedida nesta terça-feira (13), Coutinho disparou contra o senador paraibano Efraim Filho (União Brasil), a quem acusou de “desonestidade política” por ocupar espaços no governo e, ao mesmo tempo, evitar defendê-lo publicamente.
“Eu vejo o senador Efraim, ele indica o ministro das Comunicações e aqui se esconde. Eu estou cobrando publicamente uma defesa dele do governo. Porque, se ele não fizer a defesa, ele estará sendo desonesto politicamente”, declarou Ricardo, em tom firme.
Para o petista, essa postura ambígua de Efraim Filho simboliza um problema maior: a falta de comprometimento da base aliada do governo Lula. “A pessoa que diz no ouvido: ‘olha, eu tenho apoio’, mas publicamente não diz nada, publicamente não entra em bola dividida. Falta isso hoje ao atual governo. Não só do governo, falta dos deputados também. Com exceção do [deputado federal Luiz] Couto, falta coragem de muitos”, completou.
A crítica de Ricardo vem num momento em que Lula enfrenta dificuldades para consolidar maioria no Congresso, especialmente com partidos do centrão que ocupam ministérios mas frequentemente votam contra o governo. O ex-governador, no entanto, parece não se contentar com o silêncio: “Tem que cobrar, tem que exigir coerência. Quem está dentro do governo precisa mostrar lealdade”.