sábado, 13 de dezembro de 2025
De uísque na boca da garrafa à faca no pescoço do Governo: Hugo Mota acelera a votação do IOF
25/06/2025 11:33
Redação ON Reprodução

Depois de um São João animado, com direito a competição de gole de uísque na boca da garrafa — cena que viralizou nas redes sociais —, o presidente da Câmara, Hugo Mota (Republicanos-PB), surpreendeu o governo federal ao anunciar, na noite da véspera de São João (24), a votação-relâmpago do decreto que elevou a alíquota do IOF para apostas eletrônicas, as chamadas bets.

A publicação foi feita em seu perfil oficial no X (antigo Twitter), enquanto ainda se festejava o feriado junino em sua cidade, Patos, no interior da Paraíba. O anúncio caiu como uma bomba no Palácio do Planalto, que contava com pelo menos mais uma semana de trégua para tentar costurar uma saída negociada com o Congresso — negociação essa que seria capitaneada pelo Ministério da Fazenda e previa ajustes no texto original.

A postagem no Twitter/X, ontem à noite

A antecipação pegou o governo totalmente desprevenido. Nesta quarta-feira (25), o clima entre os articuladores do Planalto é de resignação. Um líder governista admitiu que não há mais como evitar a derrota. “Vai cair”, disse, referindo-se ao decreto do IOF. Como boa parte dos deputados está fora de Brasília, participando das festas juninas em seus redutos eleitorais, a votação será virtual — o que pode ampliar ainda mais o placar desfavorável ao governo.

O termômetro do desastre já havia sido dado na semana passada, quando a Câmara aprovou por esmagadores 346 votos a 97 um requerimento de urgência que suspendia os efeitos do decreto. Desde então, o Centrão, liderado por Mota, deu sinais claros de que o governo precisava apresentar medidas efetivas de corte de gastos para conter a insatisfação.

Nos bastidores, a irritação do centrão cresceu diante da percepção de que o governo tentou responsabilizar a demora na liberação das emendas parlamentares pela reação negativa ao aumento do IOF. A leitura majoritária é de que o Planalto está tentando empurrar a conta para o Congresso sem entregar contrapartidas claras.

“Agora o governo vai ter que se mexer”, cravou um influente integrante do Centrão. “Ou corta gastos, ou vai sangrar mais ainda.”

Restará ao governo sustentar o discurso de que a oposição quer impedir a taxação das apostas e evitar o aumento de impostos para os mais ricos. Mas, do jeito que a coisa anda, nem isso deve colar.

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