sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
COP30 em Belém: tudo o que você precisa saber sobre a conferência que pode mudar o rumo do clima
08/11/2025 05:10
Redação ON Reprodução

A COP30, que começa oficialmente no dia 10 de novembro em Belém, não é só mais uma conferência climática. Ela é considerada, por especialistas e negociadores, a COP mais importante desde o Acordo de Paris em 2015.

O Norte Online anotou a seguir o que já está consolidado na pré-COP, o que o mundo vai debater em Belém, o que pode sair de lá – e qual é o papel da Paraíba nesse evento de proporções universais.

O que já aconteceu na pré-COP30

Já existe um arcabouço político formado antes da abertura oficial:

* o Brasil enquadrou a COP30 como COP da Amazônia

* a mensagem central já está pactuada: sem floresta = sem meta climática crível

* há consenso de que o planeta segue rumo aos 2,5°C

* a COP30 virou COP da nova rodada de NDCs

* o tema das perdas e danos virou teste de credibilidade dos países ricos

* a discussão de financiamento já não fala mais em 100 bilhões: fala em trilhão por ano

* a COP de Belém será a COP da cobrança sobre dinheiro e sobre execução real

Não se trata mais só de diplomacia ambiental.

É a revisão do contrato climático do planeta – e é o Brasil que está hospedando o capítulo mais tenso desde Paris.

O que é a COP30

A COP30 é a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o principal órgão de negociação do clima no mundo — fórum máximo da Convenção da ONU.

Data: 10 a 21 de novembro de 2025

Local: Belém do Pará, Brasil

Participam países, cientistas, ONGs, bancos de desenvolvimento, empresas, movimentos sociais – mais de 40 mil credenciados.

Por que Belém

Porque esta COP não é simbólica. É geopolítica pura.

Pela primeira vez, o centro de decisões climáticas é colocado dentro da floresta tropical mais estratégica da Terra.

A Amazônia não é pano de fundo. É protagonista.

O que está em discussão

* novas NDCs: cada país terá que rever sua meta até 2035

* corte mais rápido de emissões

* transição energética

* eliminação progressiva dos fósseis

* adaptação climática

* financiamento climático

* bioeconomia e Amazônia como ativo produtivo

O ponto mais quente da COP30 é o novo objetivo de financiamento climático global.

O número-base de 100 bilhões de dólares já foi superado pela realidade.

Trata-se agora de construir um número na casa do trilhão anual – com acesso simples, sem travas burocráticas e sem endividamento tóxico para países pobres. Belém será o palco da decisão sobre esse novo valor.

Por que a COP30 é tão decisiva

Porque o Acordo de Paris só funciona se todos aumentarem suas metas agora – em 2025.

Não tem pós-Paris 2030 sem Belém em 2025. É este o ciclo de ambição.

E é por isso que a COP30 não é apenas um congresso ecológico. É um evento de poder.

Como o Brasil chega

O Brasil chega como anfitrião, dono da maior floresta tropical do mundo, cobrando dinheiro para preservá-la e querendo liderar o bloco Sul Global.

O governo Lula vem martelando uma frase-guia desde antes da abertura:

justiça climática = combate à fome + combate à pobreza

É a moldura política da COP do Brasil.

A Paraíba leva uma pauta muito clara: o semiárido como território de inovação climática.

O estado apresentará projetos de:

* transição energética

* recaatingamento e restauração ambiental

* segurança hídrica

* gestão costeira

* financiamento climático

* juventudes e educação ambiental

O vice-governador Lucas Ribeiro resume o sentido da presença paraibana: mostrar que o semiárido não é sinônimo de limitação — é plataforma de oportunidade.

A Paraíba tem 42 parques eólicos, 34 usinas solares, crédito subsidiado para energia fotovoltaica em pequenas empresas, avanço em hidrogênio verde e programas integrados de restauração da Caatinga.

Além disso, o estado busca:

* atrair investimento internacional

* escalar o Fundo Caatinga

* ampliar o mercado de carbono regional

Ou seja: a Paraíba não vai a Belém apenas para marcar ponto.

Vai para disputar recursos, tecnologia e protagonismo.

Em uma frase

A COP30 é o momento em que o mundo vai decidir se o Acordo de Paris ainda existe – ou se será reescrito na prática.

E o Nordeste – com a Paraíba na mesa – não está indo para assistir. Está indo para participar do jogo

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