- Redação ON
O partido conservador União Democrata-Cristã (CDU) saiu vitorioso nas eleições da Alemanha, realizadas neste domingo (23), com 29% dos votos, posicionando Friedrich Merz como provável novo chanceler. Notavelmente, o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) alcançou o segundo lugar, obtendo pouco mais de 20% dos votos, marcando sua ascensão mais significativa desde sua fundação em 2013.
A campanha eleitoral ocorreu em um período de desafios para a Alemanha, incluindo o segundo ano consecutivo de recessão econômica e debates sobre o contínuo apoio militar à Ucrânia em sua resistência contra a Rússia. Além disso, o país enfrenta uma transição das políticas públicas estabelecidas durante a era de Angela Merkel, mantidas até então pelo chanceler Olaf Scholz.
A AfD, sob a liderança de figuras como Beatrix von Storch, neta de um ex-ministro das finanças de Hitler, tem fortalecido suas conexões internacionais. Storch, que já se reuniu com membros da família Bolsonaro no Brasil em 2021, enfatiza a necessidade de endurecer as políticas de imigração e critica questões relacionadas a gênero e multiculturalismo. A candidata a chanceler pela AfD, Alice Weidel, apesar de casada com uma mulher, mantém uma postura conservadora em relação a pautas LGBTQIA+, focando no nacionalismo e na preservação da cultura alemã.
A ascensão da AfD reflete uma mudança no cenário político alemão, onde discursos nacionalistas e críticas ao multiculturalismo ganham força. Enquanto isso, partidos tradicionais enfrentam o desafio de responder a essas mudanças e formar coalizões que mantenham os valores democráticos e a estabilidade política do país.