No futebol, um mês pode mudar tudo — e, às vezes, em direções completamente opostas. Que o digam Vitor Roque e Wesley, dois jovens brasileiros que viveram experiências antagônicas ao cruzar o Atlântico em sentidos contrários.
Vitor Roque, o “Tigrinho” que deixou o Brasil como joia do Athletico-PR rumo ao badalado Barcelona, voltou sem brilho da Europa após uma passagem apagada por Espanha e Real Bétis. Resgatado pelo Palmeiras, demorou a reencontrar o gol — foram nove partidas em branco — maas aos poucos foi recuperando a confiança. Nesta quinta-feira (14), pela Libertadores, explodiu de vez: um gol, um pênalti sofrido e uma assistência na vitória por 4 a 0 sobre o Universitário, em Lima. A atuação fez até a imprensa espanhola recuar nas críticas. O diário AS cravou que ele “voltou à sua melhor versão” e foi “um pesadelo para a defesa peruana”.
Enquanto isso, na Itália, Wesley experimenta a face mais amarga da transição. Lateral-direito revelado pelo Flamengo e já convocado à Seleção por Ancelotti, chegou à Roma por 25 milhões de euros com status de investimento certeiro. Mas seu início não tem sido bom e está sneso alvo de duras críticas do Corriere dello Sport: erros de passe, marcação, cobertura e posicionamento. O jornal ainda lhe deu nota 5,5 e alertou que “a faísca esperada não brilhou nos dois primeiros testes”, embora reconheça que a adaptação a um novo país e a um futebol mais tático pode levar tempo.
Um reencontrou o protagonismo ao voltar para casa. O outro, por enquanto, busca sobreviver ao impacto inicial da mudança. No vai e vem do mercado, a história de Vitor Roque e Wesley lembra que a linha entre o “novo ídolo” e a “promessa sob desconfiança” é tênue — e que o futebol, como a vida, não costuma esperar muito tempo para inverter os papéis.