Os casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol em São Paulo — com seis mortes sob investigação — acenderam um alerta que vai além dos destilados. Especialistas explicam que a substância também pode estar presente, em pequenas quantidades, em produtos fermentados como vinho e cerveja.
O analista químico Siddhartha Giese, do Conselho Federal de Química (CFQ), lembra que o metanol pode surgir naturalmente durante a fermentação de frutas ricas em pectina, como uvas, maçãs e ameixas. Nessas condições, a presença da substância é considerada segura quando há controle adequado do processo.
O problema aparece quando a fermentação ocorre sem higiene, em temperaturas elevadas ou com frutas muito maduras, favorecendo microrganismos que intensificam a liberação do metanol. Aí, o risco aumenta e pode trazer graves consequências à saúde.
Atualmente, São Paulo soma 22 casos suspeitos de intoxicação, dos quais cinco já foram confirmados. Embora todos os registros recentes envolvam bebidas destiladas, a recomendação das autoridades é reforçar a atenção para a procedência de qualquer produto alcoólico.