Era um jogo qualquer da base do Vitória, em 2004, daqueles que a torcida geralmente nem liga, mas que pode guardar joias preciosas em campo. Vampeta – depois de rodar pela Holanda, França e vestir camisas importante como Corinthians e Flamengo – estava de volta ao Vitória, e decidiu assistir à partida do Sub-20 no Barradão. O que ele não esperava era que aquele dia ficaria marcado por um “negócio da China” que ele não fez — e que hoje rende boas risadas com um certo atacante paraibano de coxas do tamanho de postes.
No vídeo que publicamos aqui, o próprio Vampeta conta essa história hilária: sentado nas arquibancadas, ao lado de um empresário (daqueles que enxergam o futuro como quem lê o cardápio), ouviu a pergunta:
— “Vampeta, você tem 50 mil aí?”
Curioso, ele respondeu:
— “Rapaz… tenho não. Mas por quê?”
— “Tá vendo aquele número 19 ali? Compra ele. Vai dar certo.”
O tal “19” era ninguém menos que Hulk, o garoto forte e veloz vindo do Paraíba, ainda dando os primeiros passos nas categorias de base do Vitória. A proposta era comprar parte dos direitos do atacante. Só que Vampeta, na época sem a grana na mão (e talvez sem noção de que estava diante de um futuro astro da Seleção Brasileira), deixou passar.
Anos depois, Hulk brilhou em Portugal, fez chover na Rússia, jogou na China como um imperador e hoje está no Atlético Mineiro, onde virou ídolo e exemplo de profissionalismo. Enquanto isso, Vampeta ri da história toda.
“Toda vez que eu encontro com o Hulk, a gente morre de rir disso aí. Falo pra ele: ‘rapaz, era pra eu ser teu empresário, viu?’”, brinca Vampeta, sempre irreverente, no vídeo.
A história virou lenda nos bastidores do futebol brasileiro: o dia em que Vampeta quase comprou Hulk por 50 mil reais — e quase virou sócio de uma bomba atômica em forma de atacante.
Moral da história? No futebol, como na vida, o número 19 pode valer muito mais do que qualquer 10.