O time feminino do Flamengo viaja de ônibus do Rio de Janeiro até São Paulo para enfrentar o Palmeiras, no domingo, 17 de agosto, de manhã, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.
A decisão do time rubro-negro está relacionada a uma regra da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que só custeia passagens aéreas para deslocamentos superiores a 500 km em competições femininas.
Como a distância entre as duas cidades é inferior a esse limite, a CBF não cobre os custos de voos. Como não cobriu no passado, para outros jogos.
Com isso, caberia ao clube carioca decidir entre arcar com as despesas do deslocamento aéreo ou realizar a viagem por via terrestre.
Neste caso, o Flamengo optou pelo transporte rodoviário, seguindo o que outros clubes também têm feito em situações semelhantes.
A escolha de usar o transporte terrestre e não custear o deslocamento aéreo, porém, reacende o debate sobre a estrutura e o investimento no futebol feminino no Brasil, especialmente em partidas decisivas.
Apesar de contar com recursos, até mesmo em razão dos valores recebidos pela participação no Mundial de clubes, o clube não custeou o voo, o que gerou críticas por parte de torcedores e da imprensa.
Eu não concordo com a decisão, mas por questões trabalhistas, pois tal atitude revela uma diferenciação dos empregados, em razão do sexo. O que é ilegal, pois no Brasil homens e mulheres são iguais em direitos e deveres.
Se o clube enviasse a sua delegação masculina, também de ônibus, não haveria discussão, pois o tratamento seria o mesmo.
Contudo, preciso levantar uma questão antes de encerrar. Como a equipe da Gávea acaba de fechar uma parceria com a BYD, na qual recebeu um ônibus elétrico para o uso do futebol feminino e esportes olímpicos, tal decisão pode ser uma ação de marketing, já que até hoje apenas eu e poucas pessoas havíamos falado deste tema, a viagem de ônibus entre Rio e São Paulo pelas equipes femininas