A goleada por 4 a 1 sofrida diante da Argentina no Monumental, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, não apenas abalou o orgulho brasileiro, mas também ganhou repercussão internacional contundente. O jornal espanhol La Vanguardia dedicou uma página inteira para tratar da “decadência do Brasil”, numa crítica dura ao atual momento da Seleção, destacando o colapso da identidade da tradicional “canarinha”.
O texto observa que o Brasil já não é mais temido ou admirado como antes. Para o diário, a Seleção se tornou previsível, sem brilho coletivo, e com jogadores individualistas que dependem mais de lampejos do que de um estilo de jogo bem definido. O jornalista Carlos Ruiz Osías cita que o Brasil de hoje, mesmo com talentos como Vinícius Júnior, parece preso a um passado glorioso que não se traduz em conquistas recentes. A goleada sofrida foi vista como a confirmação de um ciclo em declínio.

Frases como “humilhação”, “colapso” e “crise de identidade” aparecem na análise do jornal, que critica não só o desempenho técnico da equipe, mas também a postura — como a declaração de Raphinha antes do jogo, prometendo “dar uma surra” nos argentinos. A publicação destaca que essa arrogância, antes justificada por uma história vitoriosa, hoje soa vazia diante de uma realidade muito mais dura.
No artigo de opinião que acompanha a reportagem, o colunista Joaquín Luna afirma que o Brasil se tornou vítima de seu próprio prestígio: “sempre se espera muito do Brasil, mas o excesso de elogios pode enfraquecer”. A crítica se estende à estrutura do futebol brasileiro, à falta de um projeto consistente, e à sucessiva troca de treinadores desde a saída de Tite.
A repercussão do vexame não deixa dúvidas: o mundo do futebol está olhando com estranheza para uma Seleção que, apesar de ainda revelar talentos individuais, parece ter perdido o fio da meada coletiva. A canarinha, que um dia foi sinônimo de beleza e excelência, agora luta para reencontrar seu caminho — ou, ao menos, para evitar o abismo.