No domingo, 14 de setembro, Corinthians e Cruzeiro disputam a final do Campeonato Brasileiro Feminino A1, com mando de campo da equipe paulista. De um lado teremos as Brabas multicampeãs, enfrentando as Cabulosas, que chegam à sua primeira decisão com grande mérito. O jogo promete alto nível técnico, boa presença de público e ampla visibilidade, refletindo o crescimento do feminino.
Contudo, apesar do avanço em campo, fora dele ainda há questões a resolver. Um exemplo é a ausência de indenizações por transferências entre clubes. Sim, é correto falar em indenizar, já que o pagamento da multa pela rescisão antecipada do contrato de uma atleta não deixa de ser uma indenização pelo fato de o time não mais contar com a atleta.
Enquanto ligas como a NWSL (EUA) e o futebol europeu já operam com valores milionários, aqui, jogadoras trocam de equipe sem o pagamento de qualquer compensação ao clube de origem.
Essa lacuna prejudica os clubes formadores e impede que o futebol feminino avance também como mercado. Com um campeonato nacional consolidado, é hora de pensar que pagar para que a atleta troque de equipe fortalece o trabalho das equipes formadoras e protege seus investimentos.
A final entre Corinthians e Cruzeiro é, além de um espetáculo esportivo, um convite à reflexão sobre o futuro do futebol feminino no Brasil.