O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem sido alvo de inúmeras fake news nas redes sociais, onde vídeos com informações imprecisas estimulam a autodiagnose. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) fez um alerta durante o 17º Congresso Brasileiro de Adolescência, realizado em Porto Alegre, chamando a atenção para os riscos dessa banalização.

Segundo o neurologista Matheus Trilico, especialista em TDAH, a condição não pode ser tratada como moda passageira. “O TDAH exige acompanhamento profissional e tratamento multidisciplinar, que pode envolver medicamentos, terapia, atividade física e estratégias de organização”, afirmou.

O transtorno é de origem neurobiológica e se caracteriza por desatenção, impulsividade e hiperatividade, podendo afetar crianças, adolescentes e adultos. Impacta diretamente no desempenho escolar, no trabalho e nas relações pessoais. Sem diagnóstico correto e tratamento adequado, há maior risco de ansiedade, depressão, baixa autoestima e dificuldades profissionais.

A SBP lembra que não existe exame específico para detectar o TDAH. O diagnóstico é clínico, baseado no histórico do paciente e nos critérios da Associação Americana de Psiquiatria e da Organização Mundial da Saúde. Para ser confirmado, é preciso que o indivíduo apresente pelo menos seis sintomas de desatenção e/ou de hiperatividade e impulsividade, persistentes por seis meses ou mais.