O Mundial de Clubes da Fifa será decidido neste domingo (13) com um duelo de gigantes europeus, mas com um detalhe que aproxima a partida do universo lusófono: o português será uma das línguas mais ouvidas em campo. Somando brasileiros e portugueses, nada menos que dez jogadores falantes da língua de Camões estarão envolvidos diretamente na final entre Chelsea e Paris Saint-Germain.
De um lado, o Chelsea leva a campo o atacante João Pedro e o volante Andrey Santos — além dos portugueses Pedro Neto e Dário Essugo. Do outro, o PSG conta com os defensores brasileiros Marquinhos e Beraldo, e mais quatro atletas portugueses: Vitinha, Nuno Mendes, João Neves e Gonçalo Ramos. É quase um time completo falando português entre os finalistas.
Mais do que um dado curioso, a presença luso-brasileira ajuda a contar a história da multiculturalidade do futebol europeu — e também de como Portugal e Brasil continuam a formar jogadores influentes nos principais centros do mundo.
Além disso, a decisão marca o encerramento da primeira edição do novo formato do Mundial, com 32 clubes, e uma premiação histórica de 37 milhões de euros para o campeão. O jogo será realizado às 16h (de Brasília), no MetLife Stadium, em Nova Jersey (EUA).
A lógica dos números
A edição inaugural do Mundial de Clubes com 32 participantes teve 63 jogos e ofereceu um amplo panorama do futebol internacional. PSG e Chelsea chegam à final com campanhas sólidas e estatísticas que reforçam a força dos finalistas.
O Paris Saint-Germain tem o melhor ataque da competição, com 15 gols marcados — média de três por partida. Já o Chelsea aposta na consistência defensiva, com apenas dois gols sofridos ao longo do torneio.
Curiosamente, o único gol sofrido pelo PSG foi marcado por um brasileiro: Igor Jesus, do Botafogo, ainda na fase de grupos. Desde então, os franceses passaram ilesos por Atlético de Madrid (quartas) e Manchester City (semifinal), sem balançar suas redes.
O Paris Saint-Germain tem o elenco mais jovem do torneio, com média de idade de 22,9 anos. O Chelsea vem logo atrás, com média de 23,5. Ambos demonstram a aposta de gigantes europeus em renovar seus elencos com jovens talentos.
Destaque nos jornais

Estas são as páginas dos jornais impressos L’Équipe (França) e The Sun (Inglaterra), que destacam a grande final do Mundial de Clubes.
No L’Équipe fala do caráter histórico da decisão para o PSG, com a manchete “Dernier étage avant les nuages” (“Último andar antes das nuvens”), sugerindo que o clube francês pode coroar sua campanha internacional com o inédito título do Mundial. A reportagem reforça a chance de consolidar uma era vitoriosa, depois da Champions League e outros troféus.
Já no The Sun, o tom é mais irreverente, com foco no lateral Cucurella. A montagem cômica com o jogador e os mascotes da Disney traz leveza, enquanto o texto brinca com sua aparência marcante — o cabelo volumoso e o estilo descontraído — colocando uma fala em destaque: “I will NOT go to the ball!” (“Eu NÃO irei até a bola!”). É uma ironia visual e textual que faz trocadilho com a ideia de “ir ao baile” (referência aos contos de fada da Disney, já que há uma foto com Mickey e Minnie ao fundo), ao mesmo tempo em que critica, com humor britânico, o desempenho do jogador, sugerindo que ele evita as jogadas decisivas.