sábado, 13 de dezembro de 2025
Sonho fedido e afortunado
08/07/2025

Seu Raimundo acordou suado, segurando o travesseiro como se fosse um colete salva-vidas. Tinha sonhado que entrava num banheiro público — desses de beira de estrada — e, ao abrir a porta, foi recepcionado por um mar de cocô até a tampa. O cheiro era tão forte que ele quase pediu socorro ao SAMU onírico.

No sonho, ele sentia nojo, vontade de sumir dali, mas, de repente, uma voz misteriosa ecoou do além, como se fosse anúncio de alto-falante em feira livre: “Vais ficar rico!”

Seu Raimundo arregalou os olhos. Rico? No meio daquele fedor todo? A voz repetia com eco: “Rico! Rico! Rico!”, enquanto ele tentava equilibrar-se num pé só pra não pisar em nada.

Na vida real, ele sempre foi supersticioso. Se encontrava uma moeda na rua, agradecia ao universo. Se um passarinho cagava nele, achava que era sinal de sorte. Então, ao lembrar do sonho, interpretou na hora: “Dinheiro vindo aí! Deve ser o prêmio da loteria, ou aquele parente distante que bate as botas e me deixa herança”.

Saiu contando pra vizinhança, sorrindo mais do que em festa de São João. Dizem que até já foi à lotérica jogar nos números do banheiro: 2 e 1, claro.

No fim das contas, se a riqueza vier ou não, pelo menos o sonho garantiu boas risadas. E quem sabe, no próximo sonho, a voz do além não manda também o número da conta bancária?

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