O chamado Fair Play Financeiro é um conjunto de regras estabelecidas para garantir que os clubes de futebol não gastem mais do que arrecadam, promovendo equilíbrio econômico e sustentabilidade no esporte.
Por aqui, esse modelo ainda está em fase de consolidação, mas levanta uma questão essencial: o futebol feminino está incluído nesse cálculo?
Muitas vezes esquecido nas grandes discussões financeiras, ocorridas no Brasil, o futebol feminino também é parte integrante dos clubes, até porque lhes é exigido ter a equipe feminina para ter condições de disputar alguns campeonatos masculinos, com jogadoras contratadas formalmente, utilizando a estrutura da instituição e representando sua história.
Portanto, se o Fair Play Financeiro busca equidade nas contas do departamento de futebol e trazer uma gestão responsável, ele deve abranger tanto o masculino quanto o feminino.Ignorar o impacto financeiro, que vem ganhando cada vez mais relevância e estrutura do futebol feminino, é perpetuar desigualdades dentro do próprio clube.
Para que haja justiça e planejamento a longo prazo, é necessário que os investimentos, salários, infraestrutura e condições de trabalho das atletas e comissão técnica também sejam considerados nas discussões.
O equilíbrio financeiro só será genuíno quando todas as áreas do departamento de futebol forem tratadas com o mesmo compromisso: não gastar mais do que arrecadar.
Valorizar o feminino dentro do Fair Play é mais que uma obrigação legal: é um passo essencial para a evolução do futebol brasileiro e para evitar que esse seja utilizado como meio de escapar do controle de gastos.
Explicando: se o feminino não for colocado junto no Fair Play Financeiro, custos que são do masculino passarão a ser do feminino, como dizer que determinado funcionário da comissão técnica é do feminino, mas acaba prestando serviço só ao masculino, para que assim esse custo salarial não seja computado para o masculino.