A semifinal entre Real Madrid e Paris Saint-Germain é, na prática, mais um grande “ato brasileiro” no Mundial de Clubes da FIFA. Mesmo sem nenhum time nosso na disputa — o Fluminense foi eliminado pelo Chelsea —, o jogo promete prender a atenção do torcedor daqui. Isso porque há brasileiros dos dois lados: Vinícius Júnior, Militão e Rodrygo vestem branco; do outro lado, Marquinhos comanda a defesa parisiense, e Beraldo deve ganhar a vaga de titular após a expulsão de William Pacho. A missão do zagueiro ex-São Paulo? Tentar parar justamente o compatriota Vini Jr., além de um tal de Mbappé.
Quem também deve acompanhar esse jogo de camarote é Carlo Ancelotti. O técnico da Seleção Brasileira avisou – após os jogos das Eliminatórias – que o Mundial faria parte do seu trabalho de observação. E essa semifinal tem um gostinho especial para ele: o italiano já foi campeão pelos dois clubes. No PSG, levou o Campeonato Francês; no Real, colecionou títulos europeus e nacionais. Conhece bem os bastidores, os jogadores e o peso de cada camisa.
Mas, para além das histórias individuais, o que salta aos olhos é a dimensão que esse novo Mundial de Clubes alcançou. Antes de a bola rolar, houve muita reclamação na Europa — clubes e federações torceram o nariz, alegando desgaste físico, calendário apertado e até desinteresse técnico.
Só que bastou começar a competição para esse discurso mudar. Estádios lotados, jogos pegados, e, claro, premiações milionárias mudaram o tom. O que se vê agora é uma aceitação quase unânime: o campeonato deu certo. E deve crescer ainda mais.
A FIFA bancou caro a aposta — literalmente. Para trazer os gigantes europeus, os valores pagos por participação e premiação foram altíssimos. Em troca, o que se entregou foi um espetáculo global, com um nível técnico que se aproxima do que se vê na Champions League, mas com o charme de incluir outras partes do planeta.
O Mundial novo chegou envolto em polêmica, mas sai dessa edição com status de sucesso. E com uma certeza: o mundo todo vai parar para ver Real Madrid x PSG, mesmo que o único time brasileiro ainda em campo seja a nossa Seleção, representada pelos olhos atento