sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Quem são os craques de 2025? E por que o Brasil está quase fora da lista?
14/07/2025

O Mundial de Clubes terminou e, com ele, começa a se formar um novo mapa de craques no futebol internacional. Passado o frenesi da grande final, a imprensa mundial se debruça agora sobre uma pergunta essencial: quem são os nomes que devem dominar o cenário global nas próximas temporadas?

Uma prévia dessa resposta veio à tona neste fim de semana com a publicação de uma enquete do jornal francês Le Parisien, que ouviu 12 jornalistas especializados de todo o mundo sobre quem deve vencer o Ballon d’Or 2025. O resultado é revelador – e preocupante para o futebol brasileiro.

No topo da lista, aparece o francês Ousmane Dembélé, protagonista do PSG, que somou 155 pontos, seguido pelo prodígio espanhol Lamine Yamal, com 127, e o português Vitinha, com 100. No top 10, apenas um brasileiro: Raphinha, do Barcelona, modesto nono colocado com 16 pontos.

Fora da lista, dois nomes que até pouco tempo eram considerados os embaixadores do futuro da Seleção Brasileira: Vinícius Júnior e Rodrygo.

Vinícius, atual Bola de Ouro da FIFA, viveu uma temporada marcada por altos e baixos e uma Copa do Mundo de Clubes desastrosa. Na semifinal contra o PSG, sua atuação foi tão apagada que até a imprensa espanhola, geralmente protetora, cobrou publicamente sua saída do time titular. O próprio jogador admitiu: “Não estou bem. Talvez mereça ir para o banco”. Um tom melancólico para quem, meses atrás, era celebrado como o herdeiro natural da coroa de Messi.

Rodrygo, por sua vez, mergulhou num ostracismo preocupante no Real Madrid. Com poucas oportunidades na competição, passou praticamente despercebido. Para quem já brilhou em grandes jornadas da Champions, foi um sinal claro de que seu espaço no clube – e no topo do futebol mundial – está ameaçado.

Essa rotatividade de protagonistas mostra como o futebol, mais do que nunca, é um universo impiedoso. A nova geração que desponta – Dembélé, Yamal, Vitinha, Hakimi – combina talento com algo cada vez mais raro entre os brasileiros: foco absoluto.

Se Messi e Cristiano Ronaldo construíram um império sobre seus próprios ombros, foi porque nunca relaxaram. Por mais de uma década, ambos mantiveram um nível técnico e físico absurdo, impulsionados por uma rivalidade que não permitia concessões.

O Brasil, terra fértil de talentos, hoje sofre com a escassez de protagonistas duradouros. Faltam disciplina, regularidade, comprometimento total. E essa ausência, que já se refletia em campo, agora aparece também nas listas dos principais prêmios do mundo.

O futebol brasileiro ainda tem tempo de reagir. Mas o relógio está correndo.

A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta segunda-feira (14/7)

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