Amanhã, 11 de maio, é Dia das Mães e, dando continuidade aos nossos textos sobre gravidez e futebol, hoje trago um bate-papo com a atleta Pamela Vasconcelos, que tem passagens por grandes times do Brasil e do mundo, para contar um pouco de sua história como jogadora e mãe.

Pamela, como foi a sua reação ao saber que estava grávida enquanto ainda era atleta do Cruzeiro?
“Primeiro, senti felicidade, mas logo veio o medo por ser atleta. Eu sabia que não poderia ser dispensada, pois esse era um direito meu. Meu maior medo surgiu quando uma diretora do clube me disse que eu teria que voltar. Pensei: voltar para quê, se minha médica havia dito que eu não poderia fazer nada nos três primeiros meses? Lá eu não teria meu esposo por perto. Iria ficar onde? Em um alojamento? Quem se responsabilizaria por mim??”

E como você superou essas dúvidas e medos?
“Conversei com meu médico, pois eu também estava em recuperação de uma grave lesão, e ele disse que eu não precisaria voltar para Minas Gerais. Deveria seguir as orientações da minha médica, relacionadas à gravidez. Além disso, tive uma assessoria jurídica essencial, que me ajudou a entender meus direitos e a lidar com toda a situação.”

Como fruto de tudo isso, nasceu a pequena Sarah, que inclusive estreou em uma campanha de marketing do clube ao viajar com a delegação de ônibus para um jogo fora de Belo Horizonte — motivo de orgulho para a jogadora e o papai.

Neste ano, Pamela recusou três propostas de clubes brasileiros para disputar o Campeonato Nacional e o Estadual, preferindo se dedicar à faculdade e aos cuidados com a pequena Sarah. No entanto, ela já adiantou que pretende voltar a atuar no próximo ano.

A história de Pamela pode — e deve — servir de inspiração para outras atletas. Esperamos que, cada vez mais, a conciliação entre a gestação e a carreira esportiva se torne algo comum. Nenhuma mulher deve ser impedida de ser mãe pelo simples fato de ser atleta.