Depois de ter sido surpreendido pelo Botafogo na fase de grupos e provocado um terremoto no futebol europeu, o Paris Saint-Germain resolveu finalmente jogar futebol. E sobrou. Com uma atuação dominante, o time francês atropelou o Inter Miami por 4 a 0 e garantiu com folga sua vaga nas quartas de final da Copa do Mundo de Clubes.
A impressão deixada foi clara: se quisesse, o PSG teria transformado a partida numa goleada histórica – algo semelhante aos 10 x 0 do Bayern sobre o Auckland City da Nova Zelândia.
O primeiro tempo terminou em 4 a 0, com o time francês fazendo o que quis diante de um adversário apático e frágil. Mas, a partir dali, os jogadores do PSG diminuíram o ritmo — e não foi por falta de fôlego. Foi por respeito.
Do outro lado, estavam nomes como Messi e Luis Suárez, lendas do futebol mundial e velhos companheiros de muitos atletas parisienses dos tempos de Barcelona, da seleção argentina ou das grandes ligas europeias. A confraria montada pelo Inter Miami, com jogadores escolhidos a dedo provavelmente pelo próprio Messi, pareceu mais um reencontro de velhos amigos do que um time competitivo. O PSG, educadamente, preferiu não constranger. Pisou no freio. Evitou o vexame total.
Mas o recado foi dado: a fase de brincadeira acabou. A partir de agora, os europeus vão jogar pra valer. Depois das duras críticas sofridas na fase de grupos — e da humilhação pública diante do Botafogo —, o PSG entende que há muito mais em jogo do que prestígio. As premiações milionárias oferecidas pela FIFA fazem cada fase vencida valer ouro. E ninguém no velho continente quer abrir mão dessa bolada.
Já o Inter Miami deu adeus ao torneio deixando uma impressão desconfortável: a de que entrou pela janela, mais por causa do nome de suas estrelas do que por mérito esportivo. O desempenho do time foi o retrato fiel de um elenco em fim de carreira, montado para marketing e nostalgia, mas que se mostrou incompatível com o nível de exigência de uma competição mundial.
No fim, o PSG mandou para casa a “confraria de casados e solteiros” de Miami com educação e autoridade. Poderia ter sido um massacre histórico — mas preferiu o caminho da elegância. A partir de agora, o recado está dado: quem quiser seguir na Copa vai ter que suar. E muito.