quarta-feira, 2 de abril de 2025
Por que as equipes femininas não jogam nos mesmos estádios das masculinas?
20/03/2025

Com o campeonato brasileiro iniciando nesse final de semana, volta a ocorrer uma discussão, que é a relativa aos motivos pelos quais muito raramente e apenas nos momentos decisivos, as equipes femininas, podem mandar os seus jogos nas arenas, em que os times masculinos, dos clubes que possuem ambas, mandam os seus jogos?

Sei, até por ser um estudioso do tema, desde o meu primeiro curso na FGV, que o custo de operação de uma partida pode ser desproporcional à receita, que é conseguida se abrindo os portões ao público.

Até por isso digo que às vezes jogar de portões fechados é uma bênção e não uma punição para uma equipe, já que sem o público o custo operacional cai. Já que apenas precisa ser liberado o setor da imprensa e vestiários, não precisando montar o esquema de segurança, para receber a torcida ou ter o gasto com a água nos banheiros.

Assim, muito provavelmente a resposta está no custo da operação, pois mesmo abrindo parcialmente o estádio, o clube tem o gasto com a operação, que muitas vezes não é coberto pela receita da bilheteria.

Com os clubes preferindo jogar em centros de treinamentos ou em estádios menores que os utilizados pelas equipes masculinas. Como também acontece com a base, seja masculina ou feminina.

Abrir um estádio grande, como é o Maracanã, Mineirão ou o Morumbi, envolve custos altos com segurança, iluminação, manutenção e funcionários. Desta maneira, se a expectativa de público para um jogo feminino for menor que o necessário para pagar para abrir o estádio, ainda que parcialmente, o clube pode optar por um estádio menor para equilibrar as despesas.

Assim, quando alguém oferece um estádio para o clube atuar, antes dele aceitar, deve fazer o estudo do custo da operação, para ali mandar os jogos, pois as vezes não compensa. Sendo melhor pagar um aluguel com valor pré-fixado.

Não é uma questão de desrespeito com a equipe feminina, mas uma questão financeira que pode ser deixada de lado em razão de fatores políticos, como ter de dar satisfação à torcida, bem como político dentro do clube demonstrando que determinado jogo é tão importante que, mesmo a torcida não indo, o clube arcará com o prejuízo.

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Higor Maffei Bellini é advogado, radicado em São Paulo, defensor dos direitos das atletas do futebol feminino em todo o Brasil.