Há menos de um ano, o Paris Saint-Germain era apenas um time rico, que sonhava desesperadamente em conquistar uma Champions League. Agora, semanas após levantar a cobiçada “Orelhuda”, está a um passo de ganhar a primeira Copa do Mundo de Clubes da Fifa. E mais: caso vença o Chelsea neste domingo, e o Intercontinental do final do ano, será a primeira equipe da história do futebol a conquistar sete troféus numa única temporada.
A façanha, que parece tirada de um roteiro de ficção, tem nome e sobrenome: Luis Enrique. O técnico espanhol, campeão da Champions com o Barcelona, chegou a Paris sem o mesmo hype de outros treinadores badalados da elite europeia. Mas, dentro de campo, está promovendo uma revolução brutalmente eficaz.
O fim das superestrelas
Depois do fiasco do trio milionário Mbappé-Neymar-Messi, que nunca entregou nem perto do esperado, os donos do PSG mudaram de filosofia. Em vez de colecionar astros, decidiram confiar em um treinador disciplinador e estudioso. Deram a Luis Enrique carta branca para remontar o elenco à sua maneira.
Ele não hesitou: abriu mão das estrelas, trouxe nomes menos badalados e reconstruiu um time a partir de conceitos modernos de intensidade, pressão e coletividade. Um exemplo é Ousmane Dembélé, resgatado do quase ostracismo no Barcelona e hoje favorito à Bola de Ouro.
O atual elenco do PSG, em termos de valor de mercado, perde para gigantes como Real Madrid, Manchester City e até Newcastle. Mas em campo, é uma usina de futebol total. A intensidade com que joga lembra mais o basquete do que o futebol tradicional. Marcação alta do primeiro ao último minuto, ocupação total dos espaços, movimentação constante. Não há posições fixas, há funções fluídas.
É esse modelo que permitiu, por exemplo, golear o Real Madrid por 4 a 0 na semifinal – um dos grandes momentos deste Mundial de Clubes. Na avaliação da mídia europeia, “o Real parecia um time de crianças diante do gigante parisiense”
Os 7 títulos possíveis
Assim, o Paris Saint-Germain de Luis Enrique pode entrar como o mais vencedor de todos os tempos em uma única temporada. Um time que trocou o brilho individual pela força coletiva. Que abandonou o marketing das estrelas e apostou no futebol real. E venceu.
