Caro Marcondes Brito:
Vi que você está comemorando, hoje, 40 anos do dia em que foi pra Brasília onde ocupou o cargo de Assessor de Comunicação no MEC.
Nessa data de 1985 você deixava um legado na radiofonia e no jornalismo paraibano. O antes de 1985 eu acompanhei diariamente. Eu, colado num rádio sintonizado, uma época na Arapuan, noutro momento na Tabajara, ou lendo as páginas de O Norte, vibrei com tuas reportagens. Fiquei teu fã.
Hoje cedo, conversando contigo, e ouvindo um áudio gravado do narrador Marcus Aurélio, você lembrava:
“É impressionante como Marcus Aurélio era um grande narrador. Havia uma sincronia entre o narrador e o repórter Marcondes Brito, esse que te fala. Na época não se valorizava isso. Mas era uma sincronia mesmo. Dava uma deixa, uma paradinha, eu entrava, ou ele entrava, na hora certa. Isso me impressionou nesse audio.”
Assim, tanto com Marcus Aurélio Veloso que muito emocionou desportistas nos anos 60 e 70 no futebol paraibano, em microfones tradicionais como a Rádio Arapuan e a Rádio Tabajara, como com Ivan Tomaz, você foi, sem dúvida, o mais preparado repórter de campo da Paraíba.
Segue áudio da narração de Marcus Aurélio, na Rádio Arapuan, dos seis primeiros minutos do jogo BOTAFOGO 1×0 AUTO ESPORTE, que Marcus intitulou como clássico Botauto. Esse jogo foi realizado em 27 de fevereiro de 1977, pelo Torneio Heleno Nunes, no Estádio Almeidão, com público pagante de 10.205 torcedores. O gol do Botafogo foi marcado por Benício aos 36 minutos do primeiro tempo. O juiz foi o saudoso Antonio Toscano.
O Botafogo jogou com Salvino, Mendes, João Carlos, Cidão e Fantick; Silva, Walter Perez, Adilson Pelé e Benício; Jorge Demolidor e Erasmo.
O Auto Esporte contou com Olinto, Miro, Carioca, Paulo César e Edilson; Dau, Carlos e Roberto Oliveira; Jorge Flávio, Anselmo e Cabinho.
Marcus Aurélio costumava usar jargões como “O jogo avança, o tempo diminui, torcida Paraibana”. Ou como “0x0 – Ninguém é melhor do que ninguém”. Ou então “Olhe pra seu rádio e veja um campo de futebol!” . E o mais tradicional “Apita o árbitro, abre-se o livro, lê-se o prefácio, começou a história de Botafogo x Auto Esporte”.
O repórter de campo da Rádio Arapuan era Marcondes Brito. Esse teu trabalho de base na Paraíba, ainda garoto, nos anos 70 e 80, te levou a vôos mais altos.
Como diria Ivan Tomaz: “Parabéns, Olho Vivo, segue em frente, sempre!”
