sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
O dia em que vi Garrincha jogar com a camisa do Belo
29/06/2025

Em 1973 o presidente do Botafogo, Herder Henriques, brigava com a FPF, e se negou a disputar o Campeonato Paraibano daquele ano. Ficou fazendo só jogos amistosos.

O Itabaiana de Sergipe – Associação Olímpica de Itabaiana – disputava no mês de setembro, um torneio em Campina Grande. Derrotou o Treze por 4×3 e empatou com o Campinense em 0x0. O Itabaiana era o Campeão Sergipano daquele ano. No mês de agosto tinha ganho a decisão do Campeonato para o Sergipe. Tinha formado um bom time.

Por essa época o Botafogo acertava com o BiCampeão Mundial, Garrincha – O Gênio de Pernas Tortas – para fazer um amistoso, vestindo a camisa do Belo. Garrincha ganharia 50% da renda do jogo. Herder, então, aproveitou a participação do Itabaiana num Torneio em Campina Grande e o convidou para um amistoso com a presença de Mané Garrincha vestindo a camisa do Botafogo Paraibano.

Assim, numa quarta-feira do dia 12 de setembro de 1973 a grande sensação para os pessoenses foi a presença de Mané Garrincha, já no final de sua brilhante carreira, jogando pelo Botafogo paraibano contra o Itabaiana de Sergipe. E eu estava lá.

Fui com alguns amigos à pé para a Graça. É uma boa tirada. Da Maximiano Figueiredo, ali do lava-jato onde tem um elefante azul, até Cruz das Armas. Fomos pelas Coremas, andamos por toda a João Machado, percorremos as Trincheiras, e pegamos a Av. Cruz das Armas até chegarmos no Estadinho da Graça. Mas valeu a pena o esforço.

Vi o fenomenal Garrincha jogar pelo Belo. Foi somente por noventa minutos. Nem tanto, pois foi substituído, mas jogou. No dia 12 de setembro de 1973, num amistoso contra o Itabaiana de Sergipe, na Graça, Garrincha jogou com a camisa alvi-negra, nosso manto sagrado.

Mané Garrincha estava se despedindo da torcida brasileira. Seu futebol estava chegando ao fim. Suas pernas tortas já não corriam como antes. Seus dribles já não eram tão eficientes. Mesmo assim, Garrincha jogou e a torcida Paraibana entendeu seu drama. Houve respeito ao craque. Aplaudiu até quando Garrincha não conseguia chegar numa bola que não era das mais difíceis.

Nesse mesmo ano Garrincha fazia sua despedida dos gramados do Brasil vestindo a camisa da Seleção Brasileira contra um Combinado Estrangeiro a quem venceu por 2×1 em 19 de dezembro, no Maracanã.

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