sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
O cachorro substituiu o pastel de feira nas campanhas
05/12/2025

A nova ciência política brasileira já tem seu oráculo: o pet shop.
A regra dos marqueteiros é simples como ração: o cachorro virou o novo pastel de feira.

Sim, aquele pastel de um quilo, gorduroso o suficiente para lubrificar uma campanha inteira, perdeu a majestade. Antes, político que não aparecesse mastigando o triângulo de óleo era considerado inimigo do povo. O pastel já foi praticamente um ritual de iniciação, uma unção frita.

Mas o eleitor evoluiu — ou involuiu, depende do ponto de vista. Descobriram que pastel engorda, colesterol sobe e a foto do candidato suando no sol da feira não rende mais tantos corações. Foi então que o marketing encontrou o filão peludo: cachorro dá voto.

Hoje, candidato que não aparece abraçando vira-lata é visto com desconfiança. Se não gosta de cachorro, não gosta do povo. A carícia no animal virou gesto institucional, quase promessa de campanha.

E não basta segurar o cãozinho: tem que parecer íntimo. Foto no chão, no nível do focinho. Vídeo recebendo lambida. Story dizendo “meu amigo Thor”, embora o cachorro tenha sido alugado por hora.

Gato até funciona, mas é voto de nicho. O felino olha para o político e pensa: “Ridículo”. E isso aparece na foto.

Assim seguimos: o pastel, aposentado com honra; o cachorro, promovido a cabo eleitoral. O Brasil é esse lugar onde a política muda, a economia oscila, mas o marketing sempre encontra um mascote para salvar a pátria.

canal whatsapp banner

Compartilhe: