sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
O beijo que acabou em divórcio – e o que isso diz sobre desejo, impulso e limites
29/11/2025

Durante um show da banda Aventura, em Santo Domingo, no fim do ano passado, a influenciadora dominicana Miriam Cruz viveu um daqueles momentos que mudam a vida — para o bem e para o mal. Animada, empunhou um cartaz pedindo para cantar com o grupo. Foi chamada ao palco. Até aí, um sonho realizado.

Mas o que era festa virou terremoto quando Miriam, casada havia dez anos, abraçou o vocalista Romeo Santos e o beijou na boca, em plena plateia lotada. O público vibrou, a internet explodiu, e a história correu o mundo.

As redes reagiram rápido. Miriam recebeu críticas duras e, pior que isso, enfrentou a consequência mais pesada: o marido pediu o divórcio. Depois, arrependida, ela publicou um pedido de desculpas — que logo apagou — dizendo que deixou o momento falar mais alto do que a razão. “Foi um sonho realizado, mas esqueci que sonhos também exigem respeito”, escreveu.

Agora, na Sem Vergonha: quando o desejo atropela a vida real

O caso de Miriam não é sobre fofoca — é sobre algo muito mais humano: o impacto que o desejo tem sobre nós.

Quem nunca sentiu aquele frio na barriga diante de alguém que admirava? Um artista, um ídolo, um crush proibido? No palco, sob luzes, música, adrenalina e aplausos, é fácil confundir fantasia com permissão.

E é aí que mora o risco.

A sexualidade — saudável, potente, bonita — sempre passa por um ponto delicado que às vezes esquecemos: limite. Não limite para podar o prazer, mas para proteger quem somos e quem escolhemos ter ao lado.

Porque a liberdade é linda, mas o desejo não pode virar terremoto na vida de ninguém.

O erro de Miriam não foi sentir vontade. Isso, todos nós sentimos. A questão é o que fazemos com ela.

A sem-vergonhice boa — aquela que celebramos aqui na coluna — é diferente:

é aquela que existe com respeito, com consentimento, com presença de espírito, mesmo quando o corpo pede para ser impulsivo.

Às vezes, o beijo que a gente não dá vale mais do que o beijo que a gente dá.

Afinal, o que a história ensina?

Que o desejo é uma força enorme — maravilhosa, necessária — mas precisa ser guiado, não solto.

Que a admiração não dá autorização.

Que momentos de calor passam, mas as escolhas ficam.

E que, acima de tudo, não existe liberdade sexual sem responsabilidade emocional.

O sonho de Miriam era estar no palco. Conseguiu.

Mas pagou um preço que talvez nem ela imaginasse.

Na vida — e no sexo — a gente aprende:

o prazer é grande, mas o respeito precisa ser maior.

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Essa não é uma coluna pornográfica – longe disso. O casal João e Maria vai falar falar sobre sexo com respeito, leveza e sem rodeios, abordando os temas que fazem parte da vida de todas as pessoas, casais, homens e mulheres. Escreva pra nós: redacao@onorteonline.com