sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Mais equipes na Copa de 2031: inclusão ou desequilíbrio?
12/05/2025

Pois bem, teremos, para a Copa do Mundo Feminina a ser disputada em 2031, um aumento para 48 equipes participantes, ou seja, quase um quarto dos países existentes estará presente na competição. Mas isso será bom para o futebol feminino?

Creio que não, pois se faz a inclusão de inúmeros países que ainda estão tentando construir uma história no feminino. Lembrando que os títulos do masculino já não são representados em camisas das seleções femininas, poderá também trazer equipes sem a necessária competitividade para enfrentarem adversárias mais qualificadas.

Copa do Mundo é, para o masculino, o ponto máximo para os jogadores, pelo menos até a próxima Copa, quando também teremos 48 seleções masculinas. Porém, as Olimpíadas para os homens não têm o mesmo peso, pois lá os jogos são disputados com times até 23 anos, admitidas exceções. Ao passo que, para o feminino, não há, ainda, limite de idades.

Com a inclusão de mais seleções, existe sempre o risco de partidas desequilibradas, especialmente nas fases iniciais, bem como a presença de países sem apelo popular para os torcedores locais e sem condições de levarem os seus próprios torcedores, causando uma baixa presença de público.

A diferença técnica entre as equipes tradicionais no futebol feminino e aquelas com menos experiência internacional pode resultar em jogos com muitos placares elásticos, como ocorreu em edições anteriores, o que retira o interesse dos torcedores. Isso pode afetar a atratividade do torneio e a experiência dos espectadores, o que poderá causar prejuízos.

Embora a expansão das equipes femininas tenha o potencial de promover o futebol feminino globalmente, é essencial que a FIFA e as federações nacionais implementem estratégias eficazes para mitigar esses desafios, garantindo jogos equilibrados, com públicos nos estádios, para assegurar que o crescimento seja equilibrado e benéfico para todas as partes envolvidas, pois alguém pagará a conta.

Pois não adianta obrigar os clubes de futebol a terem equipes femininas como pré-requisito para participarem de competições masculinas, se não se conseguir que as seleções tenham condições mínimas de disputar as competições internacionais. Quem arca com as despesas de formação das jogadoras é o clube, e não a federação, que apenas colhe os frutos dessa formação efetuada nos clubes.

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Higor Maffei Bellini é advogado, radicado em São Paulo, defensor dos direitos das atletas do futebol feminino em todo o Brasil.