O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), revelou, nesta quarta-feira (28), que foi “colocado” na condição de interlocutor para discutir uma mudança na legislação brasileira em relação ao processo da cabotagem aérea. O nome dele foi sugerido por Daniel Nepomuceno, que atuou como secretário-executivo do Ministério do Turismo no Brasil, entre 2019 e 2020, e que recentemente foi nomeado como conselheiro especial da Organização Mundial do Turismo (ONU Turismo), agência das Nações Unidas voltada à promoção e ao desenvolvimento do setor turístico global.
Conforme João Azevêdo, ele aceitou o desafio em função da ligação de amizade e respeito e, nesse momento, seria a pessoa mais indicada para colocar na mesa do deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara Federal, algumas propostas de mudança de uma legislação que, “às vezes, impõe determinadas coisas bem complicadas”. O governador criticou a necessidade de troca de tripulação de voos internacionais, de estrangeiros por brasileiros, em voos com escalas dentro do Brasil.
“Um voo da TAP que sai de Brasília não pode fazer uma escala em João Pessoa, seguindo para Lisboa, porque isso é considerado cabotagem”, tendo, obrigatoriamente, de ter uma tripulação de brasileiros. É uma coisa absurda e isso preserva uma reserva de mercado que não existe”, pontuou o governador paraibano. “Não tem melhor pessoa nesse momento que não seja Hugo Motta para defender isso”.
Governadores do Nordeste discutem operar voos com companhia aérea estatal
João Azevêdo afirmou que já manteve uma reunião com o ministro dos Porto e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, e que estão trabalhando juntos para modificar essa legislação que beneficiaria o Nordeste e Norte do país. Ele alertou que, da mesma forma, os governadores do Nordeste, por meio do Consórcio Nordeste, estão trabalhando e fazendo uma espécie de modelagem para que, caso não haja solução para os voos regionais, colocar uma companhia aérea estatal para operar esses voos.
“Nós decidimos, os nove governadores, colocar uma companhia estatal para fazer os voos regionais aqui no Nordeste. Então, nós vamos buscar as soluções e essa forma de enfrentar os problemas em apresentar solução e, graças a Deus, tem sido uma maior máquina dentro do consórcio Nordeste”
O desabafo de João Azevêdo veio logo após ele afirmar que a Paraíba precisa de um voo internacional para complementar todo o trabalho, investimento e esforço que o governo estadual tem feito ao longo dos anos no Turismo. Com a consolidação do Polo Turístico do Cabo Branco, que abrirá uma frente de trabalho com a instalação de nove resorts e dois parques aquáticos, entre outros equipamentos, serão abertos mais de 14 mil leitos, dobrando a capacidade da rede hoteleira de João Pessoa. “A gente precisa de um voo internacional”, enfatizou.
O governador disse que, ao lado do presidente da Embratur, Marcelo Freixo, participou de reuniões com executivos da TAP, inclusive, com o CEO da companhia aérea portuguesa, e da Cabo Verde Airlines, no começo do ano durante a Bolsa de Turismo de Lisboa, em Portugal. Na semana passada, segundo ele, participou de uma reunião com a diretoria da Aena, concessionária espanhola que administra o Aeroporto de João Pessoa/Presidente Castro Pinto, para viabilizar uma equação financeira. Temas como melhorias no aeroporto e ampliação da pista também foram discutidos, mas preferiu não se estender no assunto.
João Azevêdo também disse que manteve contatos recentes com diretores da Latam Brasil e Azul Linhas Aéreas, inclusive, nesta quarta-feira pela manhã, para tratar sobre ampliação da malha aérea para a Paraíba. “Tem vai vir no seu tempo”, afirmou.
Coluna Fábio
João Azevêdo afirma que Paraíba precisa de um voo internacional e trabalha para mudar legislação de cabotagem aérea
28/05/2025
sobre
Fábio Cardoso
Fábio Cardoso é jornalista, especialista na cobertura de turismo, economia e veículos, com passagem por diversos veículos de mídia da Paraíba.
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