Amanhã, 14 de setembro de 2025, será um dia histórico para o futebol feminino brasileiro, ou será o primeiro do Cruzeiro ou será o sétimo do Corinthians. E, como dia histórico, será formado por gestos e atitudes heroicas.
Paulinha, Vic Albuquerque e Gabi Zanotti somam 16 títulos com a camisa do Corinthians e podem chegar ao 17.º. Um feito raro, mesmo entre ídolos históricos do futebol brasileiro. Mas a pergunta que se impõe é: se fossem homens, essas atletas já não estariam eternizadas nas paredes da Arena Corinthians?
É inevitável refletir sobre como a história é contada e esquecida dentro dos clubes. Jogadores com bem menos conquistas são exaltados com estátuas, camisas que tornam imortais e homenagens sem fim. Já elas, que transformaram o Corinthians em referência mundial, lutam diariamente por um reconhecimento que deveria ser natural.
Por que essa diferença? Vestem a mesma camisa, orgulham a mesma torcida e fazem história com a mesma paixão. Negar a grandiosidade dessas mulheres é, no mínimo, incoerente com os valores que o futebol deveria defender. Paulinha, Vic, Gabi e tantas outras, como a lendária zagueira Érika, são lendas vivas, com recordes que falam por si.
E, do outro lado, se o Cruzeiro conquistar o título inédito do Brasileirão Feminino, nomes como Taty Amaro, Isabela Chagas e Miriã também merecem ser imortalizados. Elas não só defenderam as cores do clube, como enfrentaram seu ex-time com coragem e talento, fazendo história para levantar o troféu de campeã na casa do rival.
No fim das contas, quem levanta a taça não é homem ou mulher, é atleta. E isso, por si só, deveria bastar para que todos os nomes, de todos os gêneros, sejam lembrados com a mesma reverência. O futebol feminino não pede favores, exige apenas o respeito merecido.