sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Goleiro Fábio quebra recorde mundial e mostra que idade não é limite, mas preconceito é
17/08/2025

O goleiro Fábio, de 44 anos, segue escrevendo uma das histórias mais extraordinárias do futebol mundial. Neste sábado (16), ao defender o Fluminense na vitória por 2 a 1 sobre o Fortaleza, no Maracanã, ele chegou à marca de 1.390 partidas na carreira, igualando o recorde absoluto que pertencia ao inglês Peter Shilton, ídolo da seleção da Inglaterra. Na próxima terça-feira, contra o América de Cali, pela Copa Sul-Americana, Fábio pode se tornar isoladamente o jogador que mais vezes entrou em campo em toda a história do futebol: 1.391 jogos oficiais.

Os números impressionam: são 976 partidas pelo Cruzeiro, 234 pelo Fluminense, 150 pelo Vasco e 30 pelo União Bandeirante. Mais do que estatística, no entanto, Fábio representa um exemplo de resistência em um esporte que insiste em rotular jogadores acima dos 30 anos como “velhos” ou “em fim de carreira”.

Etarismo no futebol — e fora dele

O feito de Fábio ajuda a expor um preconceito que vai além das quatro linhas: o etarismo. Se no futebol ainda é comum que um atleta com 32 ou 33 anos seja considerado ultrapassado, na vida profissional em geral também não faltam exemplos de discriminação contra quem ultrapassa certas idades. Pessoas são descartadas em entrevistas de emprego, subestimadas em suas funções ou afastadas de projetos pelo simples critério cronológico.

Fábio prova o contrário. Aos 44 anos, segue com reflexos intactos, liderança em campo e uma performance que foi determinante para o Fluminense realizar a melhor campanha de um clube brasileiro em Mundial de Clubes. Sua carreira desmonta qualquer argumento que tenta associar idade a incapacidade.

A trajetória de Fábio, no entanto, deixa uma interrogação no ar. Como um goleiro dessa grandeza — ídolo no Cruzeiro, decisivo também no Fluminense e agora dono de um recorde mundial — nunca teve sequer a chance de disputar uma Copa do Mundo? Nem como reserva, nem como terceiro goleiro.

A pergunta ecoa entre torcedores e especialistas: o que faltou para que um dos maiores goleiros brasileiros da história tivesse também sua página no livro das Copas?

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