Está na hora dos clubes deixarem de tratar o futebol feminino como um “departamento à parte”.
Futebol é apenas futebol, com talento, paixão e resultados seja qual for o género. Mas o que vemos ainda hoje é uma diferença gritante, que não se justifica.
Como é possível, hipoteticamente, um clube pagar R $50 mil por uma subida de divisão no feminino, e R$ 300 mil para o masculino… só para não cair?
A lógica está do avesso.
O mérito do atleta, dentro do jogo, devia contar mais do que o género. E se o feminino está conquistando títulos, dando visibilidade ao clube e aos patrocinadores. Porque é que ainda tem de parcelar a premiação, das meninas, que não é paga corretamente enquanto o elenco do masculino recebe tudo de uma vez?
Não se trata de romantizar ou pedir favores. Trata-se de gestão justa.
Quem investe no feminino não deve estar por caridade, para cumprir um requisito da CBF para o masculino jogar a seria A ou ainda receber repasse de governos. Mas deve estar por acreditar num produto competitivo, em crescimento e com retorno.
Os clubes que já perceberam isto estão à frente. Os que ainda acham que o futebol feminino é uma parte separada vão ficar para trás.
Porque o futebol, quando é bem jogado, não tem género. Tem qualidade.