sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Futebol brasileiro surpreende no Mundial, mas sente falta de protagonismo individual
06/07/2025

Apesar da boa campanha dos clubes brasileiros no Mundial de Clubes, o torneio da FIFA serviu também para revelar uma ausência incômoda: faltam protagonistas individuais. Nenhum jogador do país tem se destacado de forma decisiva, nem mesmo entre os atletas que atuam por clubes estrangeiros. A classificação heroica do Fluminense para a semifinal é o ponto alto da nossa  participação — fruto do esforço coletivo, da personalidade em campo e do comando técnico de Renato Gaúcho. Mas mesmo no tricolor, o principal nome do time talvez seja Jhon Arias, que não é brasileiro.

Entre as demais equipes nacionais, o cenário se repete. No Palmeiras, o jovem Estêvão marcou um gol importante, mas ficou distante de assumir o protagonismo que muitos projetavam. No Flamengo e no Botafogo, o desempenho individual foi ainda mais discreto — ninguém se sobressaiu com brilho suficiente para ser tratado como astro da competição.

A frustração se estende aos brasileiros que atuam por outros clubes. No poderoso Real Madrid — que ontem garantiu classificação ao derrotar o Borussia por 3 x 2 — , Vinícius Júnior, recém-eleito melhor jogador do mundo, faz uma campanha apenas regular. Rodrygo, que já foi herói da Champions League, voltou de lesão sem ritmo e tem recebido chances tímidas sob o comando de Xabi Alonso.

Não sei porque, mas acabei me lembrando também de Endrick, que nem foi aos EUA. O garoto brasiliense, de 18 anos, certamente está vendo pela TV a ascensão de Gonzalo García, espanhol de 21 anos, que já soma quatro gols no torneio e divide a artilharia com Ángel Di María.  Gonzalo concorre diretamente com Endrick por uma vaga entre os atacantes do Real.

Fora do Mundial, Endrick fez apenas sete gols em 37 jogos na temporada, tem acumulado poucas oportunidades e vê sua concorrência aumentar — a ponto de já circularem rumores de uma possível transferência para a Juventus da Itália.

Portanto, a campanha brasileira no Mundial de Clubes é sólida, surpreendente até. Mas falta o craque, o protagonista, o jogador que decide. O brilho vem do coletivo — e, paradoxalmente, essa talvez seja a maior sombra que paira sobre o futebol brasileiro atual.

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