A SAF do Fluminense avançou algumas casas: a diretoria do clube aceitou a proposta do BTG Pactual e decidiu levá-la à Assembleia Geral. A informação foi publicada na coluna de Lauro Jardim, em O Globo.
Na prática, todos os sócios adimplentes terão o direito de votar se aprovam ou não os termos do contrato com o banco. São cerca de 59 mil sócios no papel, mas a experiência mostra que o quórum deve ser bem menor: na última eleição presidencial, que reelegeu Mário Bittencourt, apenas 3,7 mil participaram. O BTG propõe a criação de um fundo com participação de tricolores ilustres — entre eles, o próprio dono do banco, André Esteves.
Para evitar desgastes, a diretoria contratou uma grande empresa de comunicação, encarregada de desenhar a estratégia de convencimento da torcida. A ideia é iniciar a campanha já em setembro, apresentando o plano de forma didática. Está definido também que o CEO da futura SAF será o próprio Bittencourt, cujo mandato no clube se encerra no fim deste ano.
Mas o torcedor do Fluminense tem motivos para ficar com um pé atrás. A experiência das SAFs no Rio de Janeiro é, no mínimo, ambígua. O Vasco mergulhou no caos após a entrada da 777 Partners, que deixou o clube em situação calamitosa e mergulhado em dívidas. Já o Botafogo viveu um conto de fadas recente, conquistando Brasileirão e Libertadores, mas agora enfrenta um imbróglio societário entre John Textor e a Eagle Football, holding que controla seus negócios no futebol internacional.
Ironia do destino, até Romário tentou transformar o América em SAF. O resultado? Nada saiu do lugar. O projeto emperrou, sem dinheiro e sem resultados esportivos. Esse histórico, inevitavelmente, serve de alerta para os tricolores que agora decidem se mergulham de cabeça na era das sociedades anônimas ou se preferem ficar no modelo associativo, com todos os seus vícios e limitações.