A DESCRENÇA NO BELO NA ÉPOCA
ERA MAIOR DO QUE NO TIME DE HOJE.
QUE VENHA ARRASCAETA!
A pré-temporada do Belo para participar do Campeonato Brasileiro da Série A de 1980 – chamado de Taça de Ouro – não foi das melhores. Logo no primeiro Torneio, em fevereiro de 1980, disputando a Taça Genival Menezes, perdeu o título para o Treze (1×1 em João Pessoa e 2×3 em Campina Grande). Além disso, perdeu os dois amistosos preparatórios: 3×2 para o ABC, no Castelão, e 3×2 para o Bahia, na Fonte Nova.
Iniciada a competição, perdemos na estréia para o São Paulo-RS por 3×2, no Rio Grande do Sul. Aumentava a descrença no time. Mas eis que no 2o jogo ganhamos do Itabaiana-SE por 2×1, no Almeidão, com gols de Magno e Dão. E logo em seguida ganhamos do Náutico por 1×0, no Arruda, com gol de Zé Eduardo. Mas nem esses resultados animavam a torcida Pessoense. Mas já era um sinal de que o time de Caiçara estava em evolução.
A delegação botafoguense deixou João Pessoa na terça feira – 04 de março – às 6 horas da manhã, mas só chegou no Rio de Janeiro por volta das 7 da noite, em razão de um atraso no vôo da Cruzeiro que estava previsto para às 10:15 hs e só saiu do Aeroporto dos Guararapes, em Recife, às 14 horas. Todos já começavam a pensar que a viagem seria como aquela do primeiro jogo na Taça de Ouro, contra o São Paulo de Rio Grande, interior do Rio Grande do Sul, bastante cansativa.
Finalmente chegou a 5a feira de 06 de março de 1980. Somente a partir das 5 horas da tarde é que a cidade começou a se interessar pelo jogo do Botafogo no Maracanã, contra o Flamengo. Até aquela hora, no Ponto de Cem Réis, no Centro Administrativo, e em todas as redes esportivas havia uma intenção velada em não se abordar o assunto.
Quando se soube que a partida não seria transmitida pela televisão, o desinteresse aumentou. E o pior, o jogo se iniciaria às 09:30 hs da noite, muito tarde pra quem tinha de se acordar antes das 7 horas da manhã, no dia seguinte.
Em todos os bairros as casas estavam às escuras e, de repente, depois do gol de Soares, começou a se observar uma outra movimentação. Quando o Flamengo empatou, a atmosfera permaneceu a mesma, quase de tristeza e decepção. No entanto, aos 36 minutos do segundo tempo, quando Zé Eduardo fez o gol da vitória, todas as portas se abriram e as casas se iluminaram. As pessoas começaram a sair para as ruas, dançando, cantando e gritando.
Era a vitória. Era a glória do futebol paraibano, sobretudo quando locutores das emissoras cariocas, perplexos, anunciavam que a vitória do Botafogo da Paraíba representava uma zebra do tamanho do Brasil, ao que replicava a torcida Botafoguense, eufórica, que se tratava de uma vitória do tamanho da Paraíba.
Pra cima deles, Belo!!!
