sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Do sonho ao silêncio: projeto do estádio do Flamengo é engavetado sob nova presidência
04/08/2025

O sonho do estádio próprio do Flamengo, tão alimentado pela gestão de Rodolfo Landim, está momentaneamente engavetado. Uma alta fonte da Caixa Econômica Federal, em Brasília, revelou à coluna Futebol Etc que o projeto está parado.

Apesar de a gestão anterior ter comprado o terreno do Gasômetro e anunciado estudos, análises de solo e avaliações ambientais, o novo presidente, Luiz Eduardo Baptista, o BAP, não demonstra qualquer interesse em levar a obra adiante. Pelo contrário: desde que assumiu, BAP tem deixado claro que sua prioridade é o futebol profissional — e não os planos considerados “megalomaníacos” do seu antecessor.

A postura de BAP representa um divisor de águas na política interna do Flamengo. Não foi apenas o estádio que ele tratou com frieza. Outro projeto que vinha sendo costurado por Landim — a compra do clube português Leixões — também foi duramente criticado. Em declarações recentes, BAP classificou a ideia como “tolice” e reforçou que internacionalizar o Flamengo não significa adquirir um time da segunda divisão de Portugal, mas sim valorizar a marca por meio de mídia e exposição global.

O projeto do estádio começou a ser desenhado ainda na reta final da gestão Landim, com a contratação da Arena E+V e de outras três empresas para análises técnicas. A estimativa de custo apresentada girava em torno de R$ 2 bilhões, incluindo obras e urbanização do entorno. Mas o novo presidente considerou os números defasados e ordenou uma revisão total.

Até agora, duas das empresas contratadas entregaram seus relatórios: a Soloteste, responsável pelos dados geotécnicos, e a JDS Engenharia, encarregada da topografia. A AECOM, que trata da contaminação do solo e análise de riscos, ainda não finalizou o trabalho — e já há previsão de que só será entregue em 2026.

Apesar de o terreno seguir sob posse do clube, não há movimentação concreta indicando que a diretoria vá levar adiante o projeto. As únicas mudanças visíveis no local, segundo imagens aéreas feitas recentemente, são a derrubada de algumas estruturas e limpezas em torno da torre central. Nenhuma obra estrutural foi iniciada.

O Flamengo, sob BAP, parece ter mudado de rumo: menos promessa, mais bola na rede. E o tão sonhado estádio, por ora, segue no papel — e cada vez mais distante da realidade rubro-negra.

A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta segunda-feira (4/8)

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