Dizem os sites flamenguistas que o diretor José Boto estaria pressionando o técnico Felipe Luiz, insatisfeito com o rendimento do time nos últimos jogos.
Portanto, o Flamengo que entra em campo nesta quarta-feira para enfrentar o Atlético-MG, pela Copa do Brasil, tem um peso nas costas que vai muito além da desvantagem de 1×0 no placar agregado. O jogo pode representar o início de uma crise — daquelas que só o Flamengo é capaz de fabricar mesmo quando parece tudo sob controle. Afinal, o time é líder do Brasileirão neste momento.
Porque, sejamos sinceros: o torcedor rubro-negro tem um quê de soberania delirante. Acha que seu time é invencível, que perder não faz parte do script, e que técnico bom é aquele que ganha tudo — o tempo todo. Não bastam taças. É preciso golear, encantar e humilhar o adversário. Caso contrário, o inferno astral começa.
E é nesse clima que Felipe Luiz, o novato que virou sensação à beira do campo, vive seu primeiro teste de fogo real. Após substituir Tite, ele teve um início arrasador e acumulou títulos importantes: Copa do Brasil 2024, Supercopa Rei do Brasil 2025 e Campeonato Carioca 2025. Nos 50 primeiros jogos, seu aproveitamento foi superior a 70%, algo comparável a Jorge Jesus — referência máxima da era moderna flamenguista.
Mas basta uma derrota em casa e uma possível eliminação para que tudo isso seja jogado na lata de lixo da memória torcedora. Mesmo que o Flamengo vença o Atlético-MG na Arena MRV, caso não consiga a vaga na próxima fase da Copa do Brasil, os ruídos vão começar. E, com eles, o velho disco riscado da arquibancada: “Volta, Jesus!”
Felipe Luiz sabia que o cargo vinha com esse manual de autodestruição. No Flamengo, não há meio-termo. Ou se é herói absoluto ou vilão descartável. Mesmo com conquistas recentes e desempenho sólido, duas partidas ruins bastam para a crise bater à porta.
Agora, resta saber se o elenco e o técnico terão estofo para segurar a pressão. Ou se mais uma vez o Flamengo vai trocar o rumo por conta do barulho da arquibancada.