Enquanto o Chelsea segue como único representante da Inglaterra no Mundial de Clubes, o prestigiado jornal The Guardian parece ter olhos voltados para outras quadras. A edição matinal desta terça-feira (8) traz como destaque principal o tênis de Wimbledon — com várias chamadas sobre Norrie, Alcaraz e outras figuras do torneio — e trata o Mundial como um assunto secundário.
No feed esportivo do site, antes mesmo de qualquer menção ao Chelsea ou ao torneio da FIFA, há pelo menos três blocos dedicados a outras modalidades: futebol feminino (Euro 2025), tênis e uma matéria sobre punição a um tenista britânico. O Mundial de Clubes só aparece em uma matéria longa e bem elaborada — mas focada no Fluminense.
Sim, o clube carioca, que chegou desacreditado ao torneio, ganhou o centro da atenção britânica graças à sua campanha surpreendente e ao carisma de Renato Gaúcho. O The Guardian abre o texto com uma frase provocadora: “And then there was one”, sugerindo que ninguém esperava que um time brasileiro fosse tão longe — e menos ainda o Fluminense, que havia escapado por pouco do rebaixamento no Brasileirão e viveu instabilidade com quatro treinadores em menos de dois anos.
O texto elogia a postura de Renato, seu discurso nacionalista e o pedido aos torcedores para usarem a camisa do Fluminense com orgulho. O técnico é retratado como um personagem contraditório — visto com desconfiança por parte da crônica esportiva brasileira por sua vida boêmia, mas agora apresentado como um homem obcecado por tática e liderança. O jornal chega a compará-lo a Carlo Ancelotti, atual técnico da Seleção Brasileira.

O ponto alto da reportagem é a exaltação à dupla veterana que sustenta a zaga tricolor: Fábio, de 44 anos, e Thiago Silva, de 40. O capitão foi tratado com reverência pelo jornal, tanto por seu desempenho técnico quanto por sua liderança — especialmente o discurso emocionado antes do jogo contra o Inter de Milão, que viralizou nas redes sociais.
Embora o Chelsea ainda esteja vivo no torneio, a impressão deixada pela cobertura do The Guardian é clara: o destaque não está em Londres, mas no Rio de Janeiro. Ao menos por enquanto, o futebol brasileiro, com toda a sua imprevisibilidade, conquistou um raro espaço de prestígio na imprensa britânica.