O Flamengo recebeu uma proposta de R$ 4 bilhões para erguer um complexo esportivo e comercial de dimensões inéditas no Brasil. Chamado de Cidade do Flamengo, o projeto prevê a construção de um estádio próprio, além de hotel, shopping e estacionamento, configurando um dos maiores empreendimentos já cogitados por um clube de futebol brasileiro.

Até poucas semanas atrás, a nova diretoria rubro-negra, comandada pelo presidente Luiz Eduardo Baptista, o BAP, dava sinais de pouco interesse em levar adiante a ideia de um estádio próprio, lançada na gestão anterior de Rodolfo Landim. Inclusive, havia dúvidas sobre a real intenção do clube em assumir o terreno do Gasômetro, na zona portuária do Rio. Mas essa resistência caiu por terra quando o presidente comunicou publicamente que sim, o Flamengo quer o Gasômetro.

O que parecia apenas uma reviravolta de discurso, na verdade, escondia um movimento maior. Agora se entende: havia uma negociação em andamento com um grupo internacional de investidores, formado por empresas dos Estados Unidos, Espanha e Colômbia. Entre eles está a espanhola Grupo Urbas, que já participou da construção do estádio do América de Cali.

A proposta é ousada: erguer uma arena para 100 mil torcedores, sem que o Flamengo precise colocar recursos próprios. Todo o custo seria bancado pelos investidores. Pelo acordo, o clube ficaria com 100% da receita dos jogos de futebol no estádio. Já em eventos como shows, partidas de basquete e futebol americano, a maior parte do lucro iria para os investidores durante 15 anos, cabendo ao Flamengo uma fatia menor.

Se concretizado, o projeto pode ser o maior lance de ousadia de um clube de futebol brasileiro, não apenas pela cifra bilionária, mas pelo modelo de parceria internacional. O Flamengo, que já é um gigante em receitas e torcida, poderia consolidar sua posição em um patamar único na América Latina — transformando o sonho do estádio próprio em um passo ainda mais ambicioso: a construção de uma verdadeira cidade rubro-negra