Usados há milênios e vindos diretamente da natureza, os chás fazem parte do estilo de vida saudável de Gisele Bündchen. A top model já declarou nas redes sociais que aposta neles para melhorar a digestão, acalmar a mente e até aliviar sintomas de resfriado. Mas até que ponto eles ajudam, de fato, a combater inflamações no organismo?

O potencial anti-inflamatório dessas bebidas está ligado, principalmente, à presença de polifenóis e flavonoides, compostos bioativos com ação antioxidante. Apesar disso, especialistas alertam que as evidências científicas em humanos ainda são limitadas, e que a Anvisa diferencia os chás de uso alimentar dos medicinais. Alguns, inclusive, são considerados fitoterápicos, com contraindicações específicas.

“Embora promissores, os chás devem ser vistos como coadjuvantes e não substituem tratamentos médicos. A resposta pode variar de acordo com o perfil do paciente, seus hábitos e a concentração dos ativos”, explica a nutróloga Isolda Prado, da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Já a médica Patrícia Berilli reforça o alerta: “É preciso cuidado. Algumas plantas podem ser tóxicas e provocar efeitos adversos”.

Entre os mais estudados estão a camomila, que auxilia no sono e pode reduzir inflamações leves; o chá verde e o preto, ricos em catequinas com efeito antioxidante; a erva-doce, indicada contra cólicas e gases; e a hortelã, que ajuda na digestão. Pesquisas também sugerem que chás como o verde, preto e oolong favorecem a microbiota intestinal, fortalecendo a barreira do intestino e reduzindo inflamações sistêmicas.

Um estudo publicado em 2010 na revista Science apontou que o consumo de chá preto por 12 semanas reduziu em até 53% os níveis de proteína C-reativa, marcador inflamatório relacionado ao risco de doenças cardiovasculares.