A crise no Avaí/Kindermann não é recente, persiste há meses e agora chegou ao ponto grave de deixar três meses de salários atrasados para as atletas. Segundo reportagem, da globo.com, membros da comissão técnica, funcionários e fornecedores também possuem valores a receber.
Essa situação já ameaçou no passado recente a própria atuação da equipe: com risco de greve, com jogadoras cogitando não entrar em campo.
Mais do que uma crise financeira, trata-se de um desrespeito com profissionais que se dedicam diariamente, treinam, viajam e lutam pelo clube.
Talvez essa realidade seja agravada pela forma precária como as atletas são contratadas pelo clube: muitas com contratos de prestação de serviços, não de trabalho.
Essa prática só se mantém pela omissão da CBF, que não exige a anotação em CTPS para equipes femininas.
Sem registro em carteira, as jogadoras perdem direitos essenciais. Não podem, por exemplo, pedir rescisão antecipada via liminar após dois meses de atraso. Também ficam impedidas de se transferirem fora da janela, mesmo que estejam sem receber, já que esse benefício é reservado a quem sai do clube via Justiça do trabalho.